Ação cobra indenização de R$ 3,2 bilhões da TÜV SÜD

26/01/2024
Além de indivíduos, os municípios de Brumadinho e de Mário Campos também são clientes da ação

 

Um grupo de 300 vítimas se uniu ao processo contra a TÜV SÜD, certificadora alemã encarregada de atestar a estabilidade da Barragem do Córrego do Feijão na época do rompimento em Brumadinho (MG). Com isso, a ação chega a 1.400 autores que, juntos, pleiteiam indenização de cerca de R$ 3,2 bilhões (€ 600 milhões). O processo corre na Corte Regional de Munique desde 2019 e as vítimas são representadas pelo escritório de advocacia global Pogust Goodhead e pelo escritório alemão Manner Spangenberg – especializados em litígios coletivos de grande porte relacionados a causas sociais e ambientais. De acordo com a legislação europeia, o processo correrá segundo as regras processuais alemãs, mas a lei aplicável será a brasileira, já que o acidente ocorreu no País. Além de indivíduos, os municípios de Brumadinho e de Mário Campos também são clientes da ação.

No final de 2023, o Tribunal Distrital de Munique instruiu um especialista em direito brasileiro para opinar sobre o caso. As primeiras avaliações são esperadas até o final de julho. Após a emissão do laudo pericial, a Corte aplicará a legislação brasileira para julgar o processo. "Estamos confiantes de que o especialista confirmará o que pleiteamos. Após o perito proferir sua decisão, o caminho para um julgamento sobre responsabilidade é claro. A TÜV SÜD não pode mais ficar impune pelos crimes cometidos”, comenta o CEO e sócio-fundador do escritório, Tom Goodhead.

Para marcar o quinto aniversário do desastre, vítimas realizaram um protesto em frente à sede da empresa em Munique. Sobreviventes e familiares de vítimas fatais de Brumadinho exibiram fotos de entes queridos mortos no desabamento e leram os nomes das vítimas identificadas até o momento. "Viemos à sede da TÜV SÜD com uma mensagem simples: parem de postergar e nos façam justiça. Há cinco anos, nossas vidas foram viradas de cabeça para baixo de uma forma da qual nunca nos recuperaremos totalmente. Estamos aqui hoje pedindo para sermos vistos, ouvidos, para que a dor que estamos sofrendo seja compreendida e para que nossos companheiros reclamantes recebam a indenização que merecem", enfatizou Karine Naiara Silva Carneiro – que perdeu a irmã, Natália, na tragédia.

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