O Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulgou que pesquisas realizadas no Ceará revelaram que o estado tem grande potencial mineral, inclusive para produção de minerais estratégicos – fundamentais para a transição energética, como grafita e lítio. Os projetos são desenvolvidos pela Residência de Fortaleza (REFO), criada em 1972, e cuja equipe conta com 34 pesquisadores e 12 técnicos. Por meio dos estudos, o SGB propaga conhecimento geológico que reduz riscos de exploração mineral e estimula investimentos privados no setor. Além disso, as pesquisas fornecem informações que dão suporte ao ordenamento territorial e gerenciamento de recursos hídricos, o que beneficia toda a sociedade.

Entre as iniciativas no Ceará estão os projetos Avaliação do Potencial Mineral da Grafita no Brasil: Área Ceará Central; Avaliação do Potencial de Lítio no Brasil: Subprovíncia Pegmatítica de Solonópole; e Projeto Estudo Geoeconômico do Ceará. O SGB também prepara o mapa de potencialidades para rochas ornamentais do estado. Desde 2019, o Ceará é o terceiro principal produtor de rochas ornamentais, com destaque, principalmente, para o quartzito.

Em 2016, a REFO realizou o projeto Materiais de Construção Civil, que identificou ocorrências e depósitos de matérias-primas usadas no setor. Outros projetos realizados foram Área de Relevante Interesse Mineral (ARIM) Troia-Pedra Branca (2015 e 2018), Projeto ARIM Noroeste do Ceará (2019), Atlas Aerogeofísico do Estado, Mapeamento Geológico e Integração Geológica-Geofísica-Geoquímica na Região de Granjeiro-Cococi ,Mapa Geológico e de Recursos Minerais do Estado do Ceará, além da realização de mapeamentos geológicos de diversas folhas 1:100.000.

O SGB também subsidia ações importantes para prevenção a desastrese realizou estudos para setorização de áreas de risco em 71 municípios do Ceará. O órgão entregou as Cartas de Setorização dos municípios de Maranguape, Novo Oriente e Hidrolândia, além de atender no município de Itapipoca por demanda da Defesa Civil municipal, incluída como Avaliação Técnica Pós-Desastre. Na questão hídrica, o SGB acompanha e fiscaliza as perfurações de poços tubulares para monitoramento das águas subterrâneas do Sistema Aquífero Missão Velha – Rio da Batateira e Aquífero Mauriti (CE). O objetivo é a expansão da Rede Integrada de Monitoramento de Águas Subterrâneas (RIMAS).

Para melhorar o conhecimento sobre as águas subterrâneas, o SGB acompanha poços por meio do Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS). Até fevereiro, o SGB cadastrou 2.637 unidades em Fortaleza. Além disso, opera 111 pontos de monitoramento da Rede Hidrometerológica Nacional (RHN), em parceria com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Por ano, são percorridos aproximadamente 54 mil km, para visitas periódicas a estações pluviométricas e fluviométricas.