MERCADO

Futuro da mineração ainda depende da China

16/09/2015

 

O futuro da mineração nos próximos anos vai depender do que acontecer com a economia chinesa, de como os produtores vão resolver o problema da sobrecapacidade de produção que se instalou no mercado de commodities nos últimos anos em resposta do setor produtivo ao aumento de preços das commodities e do que vai acontecer em termos de taxas de juros nos EUA, o que terá um impacto muito importante sobre a capacidade das empresas e dos países de acessarem os mercados financeiros e poder continuar a financiar despesas operacionais ou investimentos. Foi o que expressou Paulo de Sá, gerente de Energia e Atividades Extrativas do Banco Mundial, na sessão plenária “Investimentos em Mineração, Panorama Atual do Mercado de Commodities e os Desafios para o Desenvolvimento da Indústria de Mineração em uma Nova Era de Preços das Commodities”, no 16o. Congresso Brasileiro de Mineração.

Para ele, apesar da redução do crescimento do PIB na China, não está ocorrendo uma redução no consumo de minérios e sim uma redução de demanda causada por diminuição de estoques, já que produtores e consumidores chineses também tiveram que se submeter ao ajuste financeiro pelo qual está passando a economia chinesa. Se houve redução nas importações de minério de ferro, no cobre e outros metais ficaram mais ou menos estáveis. O executivo também prevê que as perspectivas de crescimento da economia chinesa continuam favoráveis, embora se espere que o índice fique abaixo de 7% nos próximos 12 meses. Porém, deve haver mais crescimento no setor de serviços do que pelo lado da indústria. De toda maneira, o consumo deve continuar aumentando, embora de forma mais reduzida.

A sobrecapacidade de produção tem sido um fator que contribui para a corrosão dos preços e uma vez que a mesma seja reduzida seus efeitos sobre os preços se farão sentir, na opinião do economista do Banco Mundial. No entanto, sua análise é de que os preços devem continuar relativamente deprimidos nos próximos três anos.

As fontes de recursos financeiros para investimentos em projetos de mineração estão mais seletivas, de acordo com Paulo de Sá, o que significa que terão mais facilidade de captação aqueles projetos que forem efetivamente mais competitivos e com maturação mais rápida. Mesmo assim, o setor financeiro continua acreditando na atividade empresarial de produção de commodities.

Paulo de Sá não vê mais perspectivas de crescimento acelerado da produção mineral como ocorreu na época do boom de preços do minério de ferro, por exemplo. Mas os produtores de mais baixo custo deverão expandir suas capacidades de produção. Tanto que os projetos programados nessa linha não foram suspensos.

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