Handbag lança primeiro projeto para financiamento com crowdfunding

02/05/2024
Captação inicial será de R$ 3 milhões. Quem investiu na captação inicial terá o valor do seu investimento maximizado em médio e longo prazo.

 

A Handbag Mining Investment, primeira plataforma crowdfunding no mundo para projetos de mineração em estágio inicial, lançou o seu primeiro projeto para captação. Trata-se da Agrobrasil, uma empresa focada na produção de agrominerais, especificamente o calcário para uso como corretivo do solo.

De acordo com o geólogo Ricardo Ré, líder da plataforma, até este primeiro lançamento a equipe da Handbag ficou 18 meses auditando projetos. Foram 25 projetos contactados e assinados 12 compromissos de confidencialidade, que resultaram em 6 projetos em estágio avançado de negociação e um projeto pronto para listagem na plataforma, que é o Agrobrasil.

O geólogo, que é mestre em Engenharia Mineral e tem 22 anos de experiência na gestão de recursos minerais, diz que existem ainda muitos outros projetos aguardando “para entrar no funil”, ou seja, passar pelo crivo da plataforma, que “tem uma curadoria única de projetos”. Ele acrescenta que todos os projetos que serão listados na plataforma são auditados com base “nos pilares jurídico, geológico e econômico da ANM e ESG e estarão prontos para receber captação e aceleração”.

No caso da Agrobrasil, não foi diferente: foram vários meses de due diligence até que o empreendimento estivesse pronto para ser listado. A escolha deste projeto para iniciar a plataforma baseia-se no grande potencial de crescimento do mercado e alguns outros fatores favoráveis. “Hoje é impossível para o Brasil, principalmente na região centro-oeste, ter um agronegócio sem solo equilibrado. E para equilibrar o pH do solo, se necessita calcário, que também é um mineral usado para fabricação de cimento e tratamento de água.

Trata-se de um mercado crescente, já que 7,6% da área agricultável do Brasil está sendo usada, o consumo de calcário triplicou, nos últimos 30 anos, e as estimativas indicam que o consumo deverá dobrar, nos próximos dez anos.

O projeto está localizado numa região que tem 2 mil fazendas num raio de 150km, que consomem 1 milhão t/ano de calcário. Hoje, existem apenas quatro produtores de calcário, que não conseguem atender aos fazendeiros, que têm de comprar calcário a 300km de distância.

Do total de consumo de calcário agrícola no Brasil atualmente, que é de 57 milhões de toneladas, aproximadamente 14 milhões t são consumidas nos estados de estão localizados Tocantins, Goiás e Bahia, justamente onde o projeto está situado, na divisa entre os três estados. A média de preços do calcário agrícola, que era de R$ 70/tonelada, em 2021, pulou para R$ 120/tonelada, em 2023. E a tendencia é que esse valor aumente, por conta da expansão da demanda.

Além da boa localização em relação ao mercado, o calcário a ser produzido é considerado de muito boa qualidade, já que contém 19% de magnésio, quando o conteúdo mínimo exigido é de 13%. Além disso, possui 90% de poder de neutralização. O objetivo da Agrobrasil é produzir, inicialmente, a uma escala de 240 mil t/ano, o que lhe proporcionaria um faturamento de até R$ 400 milhões em 10 anos. O potencial da jazida é de 10 milhões de toneladas.

Para este empreendimento, estão previstas três captações, sendo a primeira no valor de R$ 3 milhões e as seguintes com valores respectivos de R$ 3 milhões e R$ 4 milhoes. Os recursos obtidos na primeira captação serão destinados à conclusão da pesquisa mineral, licenciamento, infraestrutura, projeto de engenharia e construção. Os R$ 3 milhões a serem arrecadados na captação 2, que será feita daqui a seis meses, destinam-se à aquisição de equipamentos e os R$ 4 milhões restantes, a serem obtidos na terceira e última captação, serão destinados à aquisição de equipamentos britagem, moagem, instalações, equipamentos de lavra e aluguel de outros itens. Quando for feita a terceira e última captação, a Agrobrasil tem a expectativa que o valuation do projeto alcance R$ 76 milhões, valor que segundo o empreendedor poderá chegar a R$ 86 milhões quando for iniciada a produção. Isto significa que, quem investiu na captação inicial poderá ter um retorno significativo num prazo de 24 meses, um nível de remuneração bastante atrativo, segundo a Agrobrasil.