ArcelorMittal mantém programa de investimentos de R$ 25 bilhões

29/04/2024
O programa de investimentos em expansão é o maior em andamento no setor siderúrgico brasileiro

 

A ArcelorMittal Brasil registrou receita líquida de R$ 69,8 bilhões em 2023, uma leve queda de 2,6% na comparação com o ano anterior. Já o Ebitda (resultado operacional consolidado) atingiu R$ 9,2 bilhões e caiu 38% no ano, enquanto a margem Ebitda despencou 36,5% na comparação anual, passando de 21%, em 2022, para 13%, no ano passado. A ArcelorMittal comenta que os resultados financeiros e operacionais ficaram acima das expectativas em 2023, apesar da pressão imposta pela importação de produtos de aço e do baixo crescimento do consumo interno. Entre os fatores que contribuíram para o bom desempenho da empresa está a consolidação da Unidade do Pecém (antiga Companhia Siderúrgica do Pecém), que passou a reportar seus resultados junto à ArcelorMittal Brasil desde março do ano passado.

Com a aquisição da Unidade do Pecém, a ArcelorMittal chegou a produzir 14,8 milhões de toneladas de aço em 2023 (somando as operações no Brasil, Argentina e Costa Rica), um aumento de 16,5% em relação ao exercício anterior. Além da incorporação de Pecém, os resultados da empresa foram sustentados pela excelente performance operacional de suas unidades, foco em produtos exclusivos e de alto valor agregado, estabelecimento de sinergias e redução de custos. O volume de vendas somou 14,4 milhões de toneladas em 2023, um acréscimo de 15,9% na comparação com o ano anterior. 

O lucro líquido atingiu R$ 4,1 bilhões, queda de 54,5% em relação a 2022, mas acima das expectativas para um ano marcado por adversidades e por um mercado interno impactado pelo aumento das importações de aço. Tais resultados também se justificam por um segundo semestre mais fraco, com menores vendas de aço no Brasil e no mundo, o que deprimiu globalmente os preços das commodities metálicas. As duas operações de mineração no Brasil (Mina de Serra Azul e Mina do Andrade, ambas em Minas Gerais) performaram bem ao longo do ano, com aumento de 3,3% nos volumes produzidos (para 3,4 milhões de toneladas no ano). “Os resultados mostram a resiliência e a capacidade de reação da ArcelorMittal Brasil em momentos desafiadores. São, também, reflexo do esforço contínuo de todo o nosso time focado na excelência das operações industriais, na inovação e na agregação de produtos e serviços de alta qualidade para os clientes. Nossas plantas são, hoje, referência mundial em performance e sustentabilidade”, disse Jefferson De Paula, presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Longos e Mineração LATAM. 

Em 2023, a ArcelorMittal manteve seu programa de investimentos em expansão, o maior em andamento no setor siderúrgico brasileiro, que somará R$ 25 bilhões. Em março de 2023, a empresa concluiu a incorporação da Unidade do Pecém com a aquisição da totalidade das ações por R$ 11,2 bilhões. A usina tem a capacidade de três milhões de toneladas/ano e está estrategicamente localizada no Complexo do Pecém, com acesso, via correias transportadoras, ao Porto do Pecém. Essa estrutura possibilita a integração da unidade à rede global de produção de aço da ArcelorMittal.  “O resultado desse primeiro ano de operação integrada mostrou o acerto dessa aquisição estratégica. A Unidade do Pecém bateu seu recorde histórico de produção, de cerca de três milhões de toneladas de placas, abastecendo unidades de laminação da ArcelorMittal nos Estados Unidos e em outros países, além do mercado interno”, disse Jorge Oliveira, vice-presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO da ArcelorMittal Aços Planos LATAM. 

Além da aquisição da Unidade do Pecém, A ArcelorMIttal formou joint venture com a Casa dos Ventos e iniciou a construção de um dos maiores parques eólicos do país, instalado na Bahia, com capacidade de produção de 553,5 MW, que prevê investimento de R$ 4,2 bilhões. Este investimento faz parte do esforço de descarbonização da ArcelorMittal, que foi pioneira ao lançar a meta de ser carbono neutra até 2050, com um passo intermediário de reduzir as emissões em 25% até 2030. Além disso, a ArcelorMittal está implementando um robusto programa de investimentos para aumentar a capacidade instalada, modernizar a base industrial e capacitar suas unidades para fabricação de aços tecnológicos e exclusivos.

A empresa está investindo R$ 2,5 bilhões na unidade Monlevade para quase duplicar a capacidade de produção, de 1,2 milhão para 2,2 milhões de toneladas/ano de aço bruto. Na Mina do Andrade, fornecedora de minério de ferro para a planta, a produção passará de 1,5 milhão para 3,5 milhões de toneladas/ano. Já na Mina de Serra Azul estão sendo investidos R$ 2 bilhões para a instalação de uma nova planta de produção de pellet feed, que aumentará a produção de 1,6 milhão de toneladas para 4,5 milhões de toneladas/ano.

Na Unidade de Vega, em São Francisco do Sul (SC), R$ 1,9 bilhão está sendo destinado ao projeto Cold Mill Complex (CMC), uma nova linha combinada de produção de aços laminados a frio e revestidos exclusivos, sob a marca Magnelis®. O volume de produção da unidade passará de 1,6 milhão de toneladas para 2,2 milhões de toneladas de aço anuais. Na Unidade de Barra Mansa, no Rio de Janeiro, os investimentos somam R$ 1,3 bilhão para aumentar a produção em 500 mil toneladas ao ano com ampliação do portfólio de produtos e soluções voltados aos mercados automotivo, de energia e construção civil.  Na Unidade de Sabará, estão sendo investidos R$ 144 milhões para aumentar a capacidade em 35% de trefilados e capacitar a planta para fabricação de produtos de alto valor agregado para a indústria automotiva.