“As empresas de mineração precisam se reinventar”

13/09/2022
Foi o que defendeu o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann

 

“O Brasil precisa olhar a mineração como fonte de riqueza para o País e o setor de mineração deve ser referência para as outras indústrias na questão da sustentabilidade”. Foi o que defendeu o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, no Talk-Show de abertura da Exposibram 2022, que se realiza em Belo Horizonte, de 12 a 15 de setembro. 

Além de Jungmann, o Talk-Show, moderado por Claudio Boechat, professor da Fundação Dom Cabral, contou com a participação do ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida (de forma virtual), Ana O’Farril (diretora de Joint Ventures e Country Manager Brasil da Rio Tinto), Corrine D. Ricard (presidente da Mosaic Fertilizantes), Alexandre D’Ambrosio (vice-presidente de Assuntos Corporativos da Vale) e Wilfred T. Brujin (CEO da Anglo American Brasil e presidente do Conselho Diretor do IBRAM).

Jungmann acrescentou que o ESG não é algo externo ao setor, que precisa da licença socioambiental para continuar operando e que o congresso de Mineração é “o início de uma caminhada rumo a isso”, lembrando que 46% dos ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU) estão relacionados ao setor. 

Afirmando que “jamais esqueceremos Brumadinho”, o representante da Vale disse que a companhia, além de buscar reparar os danos causados, tem investido nas comunidades visando deixar legados positivos. E disse que a Vale tem trabalhado em inovação, lembrando que inovar não é apenas desenvolver tecnologia, mas também a maneira de se relacionar com a sociedade. 

Ana O’Farril, por sua vez, afirmou que as empresas de mineração precisam se reinventar, reconhecer erros e reconstruir seu relacionamento com a sociedade, “trabalhando para essas mudanças e aprendendo a falar e escutar”. A dirigente da Rio Tinto também disse que o setor é um dos grandes emissores de carbono e precisa buscar soluções, “numa corrida contra o tempo”. 

Wilfred Brujin, da Anglo American, foi enfático ao afirmar que, na agenda ESG, “a confiança é a base de tudo”, acrescentando que a Anglo American trabalha com um plano de longo prazo para todos os seus ativos, visando aproveitá-los da forma mais sustentável possível. Referindo-se à inclusão social, Brujin mencionou o programa “Everyone”, desenvolvido pela Anglo American globalmente e que envolve todos os colaboradores, independente de sexo, raça, credo e outros valores. 

A questão da inclusão social também foi focada por Corrine Ricard, da Mosaic (que também participou através de mensagem gravada), que enfatizou o tratamento e oportunidades oferecidos pela empresa, também sem qualquer discriminação. Ela também disse que a empresa tem realizado importantes investimentos em P&D visando a oferta de fertilizantes no País. 

Por fim, o ministro Sachsida disse que o Brasil é um lugar natural para estabelecimento de um pólo produtor de lítio e que o governo tem procurado incentivar o segmento através de medidas como a revogação de decreto que impunha exigências para a exportação de lítio. Da mesma forma, ressaltou, estão sendo adotadas medidas para o fim do monopólio estatal na lavra de minerais nucleares. 

O ministro ainda disse que o governo pretende estabelecer novos marcos regulatórios para o setor e criar instrumentos que possibilitem o financiamento da mineração. A ideia, disse Sachsida, é que a mineração brasileira dobre de tamanho a cada cinco anos.

Direto da Fonte