FERTILIZANTES

Governo quer reduzir dependência do País

02/02/2021

 

O Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) concluiu o Informe ‘Avaliação do Potencial de Potássio no Brasil - Área Bacia do Amazonas, setor Centro ¬Oeste, Estado do Amazonas e Pará’. O estudo identificou na Bacia do Amazonas novas ocorrências e amplia em 70% a potencialidade sobre depósitos de sais de potássio, ou silvinita, como é denominado o mineral cloreto de potássio, do qual se extrai o potássio. O mineral é amplamente utilizado para aumentar a produtividade no campo e, juntamente com o nitrogênio e o fósforo, forma a tríade presente nas formulações NPK.

O estudo mostra até o momento a existência de depósitos em Nova Olinda do Norte, Autazes e Itacoatiara, com reservas em torno de 3,2 bilhões de toneladas de minério, além de ocorrências em Silves, São Sebastião do Uatumã, Itapiranga, Faro, Nhamundá e Juruti. Na região de Autazes, o minério pode ser encontrado a profundidades entre 650m e 850m, com teor de 30,7% KCl. Em Nova Olinda, a profundidade varia em torno de 980m e até 1.200m, com teor médio de 32,59% KCl. “A expectativa é que ao reduzir a importação de fertilizantes, o insumo torne-se mais barato e acessível, eliminando custos de transporte e logística”, explicou o diretor de Geologia e Recursos Minerais do SGB/CPRM, Marcio Remédio. 

O Brasil importa 96,5% do cloreto de potássio que utiliza para fertilização do solo e é o maior importador mundial de potássio, com 10,45 milhões de toneladas adquiridas em 2019, de acordo com dados do Ministério da Economia. “O Brasil é conhecido mundialmente por ser uma potência agroambiental, atendendo parte significativa da demanda mundial e crescente de alimentos. A pesquisa voltada a minimizar a dependência de agrominerais importados é uma ação estratégica e uma meta do Programa Mineração e Desenvolvimento recentemente lançado”, disse o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. 

Em 2021, o mercado do potássio entrou em alerta devido à crise política em Belarus, maior fornecedor mundial da commodity, levando à elevação de preços e preocupação com o fornecimento do insumo. “Uma das nossas linhas de atuação é fomentar o descobrimento de novas jazidas para commodities estratégicas como o fosfato e o potássio, por meio de diversos projetos de prospecção, principalmente diante da preocupação em atender à projeção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) de aumento de cerca de 27% da nossa produção de grãos na próxima década”, ressaltou o diretor-presidente do SGB/CPRM, Esteves Pedro Colnago. 

O secretário de Geologia e Transformação Mineral, Alexandre Vidigal, lembrou, além dos benefícios para o agronegócio e para a economia do País, o impacto que a atividade mineral pode gerar em âmbito regional, com a criação de novos empregos, melhoria na renda da comunidade local e mais arrecadação nos municípios produtores, que passam a receber a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). “Quando se tem a possibilidade desse desenvolvimento econômico-social ser para a população da região amazônica, muitas vezes tão necessitada, os avanços com o conhecimento geológico na região se tornam ainda mais relevantes”, ponderou. O estudo pode ser conferido no http://rigeo.cprm.gov.br/handle/doc/21740.