BARRAGENS

Vale eleva Norte Laranjeiras para Nível 2

19/11/2020

 

O Sistema Integrado de Segurança de Barragens de Mineração (SIGBM) da Agência Nacional de Mineração (ANM) informou que a Vale elevou para nível 2 de emergência a barragem Norte Laranjeiras, no município de Barão de Cocais (MG). A estrutura faz parte da Mina de Brucutu, com rejeitos de minério de ferro inerte, e foi construída com aterro compactado em etapa única. 

A Defesa Civil (MG) e a Vale estão providenciando a retirada de 34 famílias que estão a jusante da barragem. “O nível de emergência foi elevado pela falta de conhecimento das causas das trincas existentes no talude de jusante, que estão sendo monitoradas, pela surgência em terreno natural próximo à ombreira direita e pela falta de informação aprofundada da fundação da barragem, o que fez com que as auditorias classificassem como anomalia não controlada”, diz o gerente de segurança de barragens da ANM, Luiz Paniago.

A barragem tem 56 metros de altura e 32,3 milhões m³ de volume e já estava interditada desde março deste ano por causa da falta de entrega da Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) pela Vale. A mineradora não entregou o DCE nas duas campanhas da ANM de 2020 – que acontecem anualmente nos meses de março e setembro. A estrutura está classificada como de Dano Potencial e Categoria de Risco (CRI) altos.

Segundo o Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM), a Vale é a responsável legal pela retirada das famílias, com o apoio da Defesa Civil do estado (lei 12608/2010), mas a equipe da ANM está dando todo o suporte para a evacuação do local, que deve ser finalizada nesta quinta-feira. "Mesmo não sendo papel da ANM, nossa maior preocupação neste momento é com a segurança destas famílias ao redor da barragem. Vamos prestar todo o apoio necessário e que estiver ao nosso alcance”, diz o diretor da ANM, Eduardo Leão. “Mesmo com os esforços empreendidos até então para compreender as causas e a origem das anomalias, as ações de remediação ao longo desse período se mostraram insuficientes para que pudessem saná-las definitivamente. A auditoria entendeu que as anomalias devem ser classificadas a partir de agora como “não controladas”, em razão de todo o tempo transcorrido”, explica Leão.

O maciço da barragem foi construído em etapa única, usando aterro compactado como material construtivo, o que traz indicativos de que não seria susceptível à liquefação, reduzindo os riscos de uma ruptura brusca, como a observada na Barragem I, em Brumadinho, em janeiro de 2019.