BNDES aprova financiamento de R$ 3,7 bilhões para a LHG

10/09/2024
Financiamento a LHG Logística, do grupo LHG Mining (antiga J&F Mineração), será voltado à construção de 400 balsas e 15 empurradores para o transporte hidroviário de minérios de ferro e manganês pelos rios Paraná e Paraguai.

 

Com recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 3,7 bilhões para a LHG Logística Ltda, voltado à construção de 400 balsas e 15 empurradores para o transporte hidroviário de minérios de ferro e manganês pelos rios Paraná e Paraguai. As embarcações serão construídas e entregues ao longo dos próximos quatro anos em seis estaleiros nacionais, localizados nas regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste.

O investimento representa um aumento de 16% da frota brasileira de transporte de carga para navegação interior (em rios, lagoas e canais) e a geração de cerca de 5,5 mil empregos diretos e indiretos, a maior parte deles nas regiões Norte e Nordeste, onde serão aplicados 87% dos recursos aprovados. O financiamento viabiliza ainda a construção destas embarcações no Brasil, em meio à forte concorrência internacional de grandes players, como a China. “Esta é uma operação que contribui para o desenvolvimento da produção nacional, gerando milhares de empregos com qualidade, impulsionando a descarbonização com um transporte mais limpo e reativando a indústria naval, que faz uma competição internacional difícil, com países como China e Singapura”, explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. “Ao investir na produção local, o País não só reduz a dependência de importações, mas também impulsiona as exportações e a balança comercial brasileira”.  O Brasil já é um dos maiores exportadores do minério de ferro do mundo. Considerando o preço médio do minério atualmente, estima-se que o projeto financiado adicione cerca de R$ 4 bilhões às exportações brasileiras.

O projeto proporcionará a ampliação do escoamento na logística de minérios que são extraídos em Corumbá (MS) e carregados nas barcaças, atravessando 2.500 km por hidrovia e cruzando o Paraguai, até chegar ao terminal marítimo de Nova Palmira, no Uruguai, onde são carregados em navios de longo curso. As prioridades para o financiamento foram concedidas pelo Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM), formado pelo Ministério dos Portos e Aeroportos e outros ministérios, além de entidades representativas da sociedade civil e bancos públicos. “A aprovação desse projeto vai melhorar significativamente o escoamento de minérios pelos rios Paraná e Paraguai, além de fortalecer a nossa indústria naval”, avalia o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. “O mais importante é que com esses recursos aplicados em estaleiros das regiões Norte e Nordeste vamos gerar milhares de oportunidades de empregos e renda e impulsionando o desenvolvimento regional. Estamos reforçando nosso papel como líderes em inovação e desenvolvimento, seguindo rumo a um Brasil mais forte e preparado para o futuro”.

Além do aumento da capacidade de escoamento da extração de minério em, pelo menos, 5,9 milhões de toneladas anuais, ao adotar o modelo hidroviário como base para sua logística de exportação, o projeto apresenta potencial de emissão de gases do efeito estufa significativamente inferior quando comparado a outras opções logísticas para o escoamento. Para o mesmo montante de granel mineral transportado por mil quilômetros, o modal hidroviário representa redução de 95% das emissões em relação ao modal rodoviário e de 70% das emissões em relação ao modal ferroviário, segundo dados da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) e Instituto Energia e Meio Ambiente (Iema). O minério de ferro originado no projeto tem, ainda, uma peculiaridade: apresenta alto teor de ferro, possibilitando o uso de rotas tecnológicas que favorecem a descarbonização do setor de siderurgia. “O projeto possibilita um aumento da capacidade do transporte de minérios por meio de um modal eficiente e de baixa emissão relativa de gases do efeito estufa. Além disso, a logística eficiente para o escoamento é fundamental para manter os custos competitivos e garantir a entrega em grandes volumes”, afirma a diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa.

A LHG Logística é o braço de logística da mineradora LHG Mining, que integra o Grupo J&F. “O Fundo da Marinha Mercante e o BNDES foram fundamentais garantir a competitividade dos estaleiros brasileiros frente a concorrentes estrangeiros que apresentaram um custo inicial até 20% menor”, ressalta. O executivo destaca também que a operação “viabiliza o aumento da eficiência e da capacidade de escoamento de minério da LHG, necessários para fazer frente ao crescimento da produção, além de gerar empregos na construção dos equipamentos navais, na operação da hidrovia e nas atividades de mineração”, disse o presidente da LHG Mining, Aguinaldo Filho. O projeto também reforça a relevância da hidrovia Paraguai-Paraná para a integração regional entre Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. O trecho nacional da via navegável foi priorizado no Plano Geral de Outorgas (PGO), anunciado pelo Governo Federal em outubro de 2023, podendo se transformar em concessão nos próximos anos.

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