Em evento realizado na bolsa Nasdaq, em Nova Iorque, na noite do dia 9 de maio, o governo de Minas Gerais fez o lançamento da iniciativa Vale do Lítio (Lithium Valley Brazil), que objetiva desenvolver cidades do Nordeste e Norte do estado em torno da cadeia produtiva do lítio, com a geração de empregos e renda para as populações das duas regiões. As cidades que estão inseridas no Vale do Lítio são: Araçuaí, Capelinha, Coronel Murta, Itaobim, Itinga, Malacacheta, Medina, Minas Novas, Pedra Azul, Virgem da Lapa, Teófilo Otoni, Turmalina, Rubelita e Salinas. De acordo com o governo mineiro, esses municípios abrigam a maior reserva nacional de lítio, mineral é utilizado em várias aplicações, da qual a mais importante é a fabricação de baterias de longa duração para veículos elétricos.

Para o governador Romeu Zema, o lançamento do projeto na Nasdaq significa que Minas Gerais está mostrando para o mundo o grande potencial que tem na produção do metal estratégico que terá papel fundamental na transição energética. “Queremos que o Vale do Jequitinhonha se transforme no vale da tecnologia para a produção de baterias e demais produtos de valor agregado”, afirmou.

O projeto Vale do Lítio foi idealizado pelo Invest Minas, sendo resultado da articulação com diversos órgãos governamentais estaduais e municipais para a formulação de políticas públicas, com foco na atração de empresas e investimentos, qualificação da mão de obra, incentivo à tecnologia e fornecimento da infraestrutura necessária para o crescimento da região.
Além de poder transformador, o governador destacou o efeito multiplicador que as empresas provocam na economia. “Um negócio demanda fornecedores e prestadores de serviços. Além disso, as empresas que já estão se instalando têm uma responsabilidade social”, afirmou.
Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, “é importante ressaltar que o projeto busca atrair diversos atores da cadeia produtiva do lítio para uma mesma região, onde será possível extrair, beneficiar e fabricar os produtos que vão abastecer mercados em todo o mundo. Isso trará diversas empresas e empregos de qualidade para a região, transformando a realidade local”.
Embora tenha uma reserva relativamente pequena quando comparado a outros países como Chile, Argentina, Bolívia, Austrália, China, Afeganistão e Índia, o Brasil tem vários diferenciais competitivos que potencializam os investimentos. O lítio encontrado em Minas tem alta pureza, o que torna seu uso mais fácil na fabricação de baterias. Além disso, pode ser produzido de forma mais sustentável do ponto de vista ambiental e social, como destaca Ana Cabral, CEO da Sigma Lithium, primeira empresa a produzir lítio grau bateria em território mineiro. Veja matéria https://www.brasilmineral.com.br/noticias/sigma-lithium-esta-transformando-o-jequitinhonha-no-vale-do-litio

Segundo estudos do Serviço Geológico Brasileiro (CPRM), há  45 jazidas no Vale do Lítio com grande potencial econômico, o que poderá aumentar em 20 vezes as reservas comprovadas do mineral na região, garantindo o fornecimento da matéria-prima por um longo prazo.