Bemisa amplia reservas em Água Azul do Norte e avalia expansão

06/01/2025
O Relatório de Recursos independente mais recente, elaborado com base na norma NI 43-101, confirmou recursos da ordem de 1,73 milhões de onças do metal, considerando um teor médio de 1,47 g/t no Complexo Água Azul

 

A Bemisa Água Azul Mineração, controlada da Bemisa, informa que ampliou de forma expressiva as reservas de ouro no projeto Água Azul. O Relatório de Recursos independente mais recente, elaborado com base na norma NI 43-101, confirmou  recursos da ordem de 1,73 milhões de onças do metal, considerando um teor médio de 1,47 g/t  no Complexo Água Azul como um todo. Isto significa que a reserva comporta a instalação de uma mina de médio porte para produção do metal cujo preço está em viés de alta, mantendo-se acima de US$ 2.600 a onça e com perspectivas de chegar a US$ 3.000/onça, segundo analistas. 

O projeto está localizado no município de Água Azul do Norte, um pequeno município a cerca de 180 km a Sudoeste de Parauapebas, no estado do Pará, próximo ao distrito polimetálico de Carajás e abrange uma área de 6.500 hectares com mineralização aurífera. O Complexo Água Azul envolve quatro direitos minerários. 

Com o objetivo de viabilizar a implementação e continuidade do projeto, a Bemisa informa que investiu em pesquisas geológicas e metalúrgicas ao longo de mais de seis anos. Esse esforço teve como objetivo assegurar a viabilidade técnica, econômica e socioambiental necessária para o início das operações. 

“É importante pontuar que esta estimativa de recursos leva em consideração apenas as sondagens realizadas em seis dos doze alvos do projeto, indicando que há alto potencial geológico não explorado para expansão dos recursos minerais. Até o final de novembro de 2024, o programa de exploração realizou 64.500 metros de sondagem, distribuídos em 541 furos. Após conclusão de todo o trabalho de pesquisa, um Relatório de Reservas será elaborado no 1° trimestre de 2025”, afirma a empresa.   

Um dos pontos favoráveis do projeto é que o minério de Água Azul  “é de baixa sulfetação e praticamente isento de metais  contaminantes, principalmente os ambientalmente indesejáveis, tais como arsênio  e chumbo. Essas características permitem uma rota de beneficiamento com baixo consumo de cianeto e alta recuperação metalúrgica, além de uma operação de disposição de rejeitos segura, com baixo potencial de drenagem ácida. A planta piloto em operação possui capacidade para processar 150 mil toneladas de minério por ano”. Em meados de dezembro, a empresa realizou, com sucesso, a audiência pública visando obter o licenciamento para uma escala de produção de 200 mil t/ano. 

A usina-piloto, que obtém uma taxa de recuperação de até 93%, opera com circuitos de britagem, moagem, concentração gravimétrica, CIL (Carbon In Leach), eletrodeposição e fundição. Os rejeitos do processo, após passar por Detox, para recuperação do cianeto, são filtrados numa bateria de filtros-prensa e encaminhados para a área de deposição de rejeitos e estéril. 

“Com foco na segurança dos nossos colaboradores e no compromisso com a sustentabilidade, o processo de beneficiamento de Água Azul utiliza um sistema de filtragem e empilhamento a seco, dispensando a utilização de barragens de rejeitos", acrescenta a Bemisa.

A lavra em escala piloto é realizada a céu aberto, de forma seletiva, quase cirúrgica, a fim de reduzir a movimentação de estéril e a taxa de diluição. Além da maior eficiência, a operação tem custos mais baixos. Para maior eficiência da lavra, a equipe de operação realiza uma reunião diária no pit da mina, a fim de checar o que foi definido no plano de lavra mensal. 

Apesar de Água Azul do Norte estar numa região de forte atividade mineral, devido a sua proximidade a municípios como Parauapebas, Canaã dos Carajás, Tucumã e Marabá, o projeto da Bemisa é o primeiro empreendimento mineiro instalado no município, que conta com uma população de aproximadamente 18 mil habitantes e um IDH de 0,564. Mesmo assim, a Bemisa procura priorizar a contratação de pessoal local, o que exige treinamento, para o que a empresa conta com a ajuda do Senai. De um total de 134 funcionários próprios, 74% são do local, contra 14% da região e 22% de outros estados. Isto significa que, apesar de ainda estar na fase piloto ou semi-industrial, o projeto da Bemisa já é visto com bons olhos pela população local.

Minério de ferro em Minas Gerais 

Além do projeto Água Azul, a Bemisa possui operações de minério de ferro em Minas Gerais, em que o destaque é o complexo Baratinha, localizado no município de Antônio Dias.  O complexo é composto por 21 direitos minerários, com um recurso potencial superior a 300 milhões de toneladas de minério de ferro e tem dois projetos operacionais, com capacidade de produção de 3,5 milhões de toneladas de minério de ferro, sendo o principal polo de mineração da região do  Vale do Aço. 

Iniciada em 2014, a Mina Baratinha destacou-se por adotar práticas sustentáveis, como o descomissionamento de sua barragem e a implementação do sistema de filtro prensa e empilhamento a seco de rejeitos. 

Em 2024, a Bemisa iniciou as operações da Mina Mongais, com Guia de Utilização. Segundo a Bemisa, “Mongais é mais um exemplo de um projeto greenfield, pesquisado e desenvolvido pela empresa, evidenciando a eficiência e o compromisso com a inovação e sustentabilidade nas nossas operações”.  

A operação da Mina de Baratinha é certificada segundo as principais normas ISO  9001 para Gestão de Qualidade, 14001 para a Gestão Ambiental, 45001 para a Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional. 

Em novembro de 2024, a unidade ultrapassou a marca de 4.100 dias sem acidentes com afastamento do trabalho, isto é, desde o início de sua implantação, “reafirmando o nosso compromisso com a segurança como valor fundamental em todas as nossas operações, declara a empresa. 

Atualmente, o Complexo emprega 1.100 colaboradores próprios e cerca de 340 profissionais terceirizados, sem levar em conta os empregos indiretos gerados e seus impactos positivos na economia local, contribuindo também para o desenvolvimento social na região.

Logística e Expansão de Mercado 

Estrategicamente favorável, a localização do Complexo Baratinha facilita o fornecimento tanto para o mercado doméstico, especialmente o setor siderúrgico, quanto para o mercado de exportação. Para garantir o escoamento eficiente da produção, a Bemisa dispõe de dois terminais ferroviários situados a um raio de  menos de 30 quilômetros do Complexo: o Terminal de Cargas Bemisa e o  Terminal Bemisa João Correia, que juntos somam uma capacidade total para  embarque ferroviário de mais de 4 milhões de toneladas anuais de minério de  ferro. 

Visando expandir sua presença no setor de mineração de ativos ferrosos, o Grupo Bemisa informa que está desenvolvendo dois novos projetos de minério de ferro no Leste  Mineiro: Pedra Branca, localizado nos municípios de Itabira, João Monlevade e  Bela Vista de Minas, licenciado e em implantação, com previsão de iniciar a  produção de minério de ferro de alto teor em 2025 e com expectativa de atingir  uma escala de 1,5 milhão de toneladas por ano em sua fase industrial; e o Projeto  Piçarrão, em fase de exploração mineral, no município de Nova Era. “Ambos os projetos se alinham aos princípios de qualidade e sustentabilidade do Grupo, estando estrategicamente localizados próximo de terminais ferroviários e players siderúrgicos, o que garante maior eficiência logística, redução das emissões de CO2 no transporte rodoviário e competitividade nos custos operacionais”.

Impacto Positivo 

Com mais de 300 projetos socioambientais, o Grupo Bemisa busca se destacar não apenas por sua atuação no setor mineral, mas também por sua postura responsável em relação ao meio ambiente e ao desenvolvimento social. Entre as ações de destaque, está a recuperação dos passivos ambientais da Mina Baratinha, operada na década de 1980, e pelo programa de plantio de mudas nativas como compensação ambiental pelos furos de sondagem realizados. Além disso, realiza anualmente o inventário de emissões de carbono e certifica o uso de energias renováveis em todas as suas operações por meio da aquisição de I RECs. O acompanhamento contínuo dos impactos ambientais de cada projeto garante a transparência e o cumprimento das metas de sustentabilidade, promovendo a melhoria contínua nas operações. 

O programa de sustentabilidade BEM+ é uma iniciativa do Grupo Bemisa que traduz o seu compromisso com o programa ESG, através das práticas de sustentabilidade e responsabilidade social do mercado. 

O Grupo Bemisa é signatário do Pacto Global da ONU, reafirmando sua dedicação aos dez princípios fundamentais nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. “A criação, estruturação e manutenção desses projetos refletem o compromisso do Grupo Bemisa com práticas empresariais éticas e a promoção de impacto positivo nas comunidades e no meio onde atua”, destaca a empresa. (Por Francisco Alves)

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