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Valor da produção cresce 98% no semestre e CFEM dobra

21/07/2021
O aumento foi puxado pelo minério de ferro, cujo valor da produção nos seis primeiros meses deste ano somou R$ 107,5 bilhões.

 

De acordo com números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o valor da produção mineral brasileira cresceu 98% no primeiro semestre de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020, alcançando R$ 149 bilhões, contra R$ 75,3 bilhões no período anterior. O aumento foi puxado pelo minério de ferro, cujo valor da produção nos seis primeiros meses deste ano somou R$ 107,5 bilhões, o que representa um aumento de 135% em relação ao valor da produção do primeiro semestre de 2020, que foi de R$ 45,8 bilhões. O segundo item a impactar positivamente no valor da produção foi o minério de ouro, cuja produção somou R$ 13,7 bilhões, um crescimento de 46%. Já o cobre, que ocupou o terceiro lugar no valor da produção, teve um crescimento de 52%, com um total de R$ 8,1 bilhões no período.

Para o presidente do Conselho Diretor do Ibram, Wilson Brumer, esse crescimento no valor da produção mineral brasileira em 2021 é explicado pelo aumento de preços de algumas commodities minerais no mercado internacional e pela valorização do dólar em relação ao real. Os preços do minério de ferro, por exemplo, tiveram um aumento de 101,5% no período, passando de uma média de US$ 91,04 por tonelada para US$ 183,43/t. O preço médio do cobre, por sua vez, aumentou 65,8%, evoluindo de US$ 5.486,91/t para US$ 9.094,61/t. Já o níquel e o alumínio aumentaram, respectivamente, 41,5% e 41,0%. Quanto ao câmbio, a cotação do dólar em relação ao real passou de R$ 4,92 para R$ 5,38. Indagado sobre as perspectivas de crescimento da produção mineral até o final de 2021, Brumer afirmou que não se surpreenderá se o valor chegar a R$ 300 bilhões, já que acredita na manutenção dos preços – principalmente do minério de ferro – e numa taxa de câmbio não muito diferente da atual.

As exportações minerais também apresentaram bom desempenho, com uma variação positiva de 91,41% no período, passando de US$ 14,44 bilhões para US$ 27,65 bilhões. Como as importações minerais somaram US$ 3,14 bilhões, o saldo da balança comercial mineral foi de US$ 24,51 bilhões, um crescimento de 110,53%. E aqui novamente o minério de ferro foi decisivo, já que o valor das exportações passou de US$ 9,5 bilhões para US$ 21,5 bilhões, ou seja, mais 126%, embora, em tonelagem, as vendas ao exterior no período tenham registrado um crescimento de 15%. As outras substâncias minerais que tiveram crescimento nas exportações foram principalmente o cobre e o nióbio.

CFEM e investimentos

A arrecadação da CFEM (Contribuição Financeira pela Exploração Mineral), segundo o presidente-executivo do Ibram, Flávio Penido, mais do que dobrou no primeiro semestre de 2021, chegando a um valor de R$ 4,48 bilhões, o que representa um aumento de 111,7% com relação ao primeiro semestre do ano passado. O crescimento maior na arrecadação foi no estado de Minas Gerais (+134%), o que é atribuído por Penido à retomada de algumas operações que estavam suspensas. O estado do Pará, por sua vez, registrou um crescimento de 106% na arrecadação, seguido por Bahia, com 51% e Goiás (48%). Em termos de municípios, os dez principais arrecadadores são, pela ordem: Parauapebas (PA), Canaã dos Carajás (PA), Conceição do Mato Dentro (MG), Itabirito (MG), Congonhas (MG), Mariana (MG), Itabira (MG), Nova Lima (MG), Marabá (PA) e São Gonçalo do Rio Abaixo (MG). O minério de ferro lidera a arrecadação (com R$ 3,75 bilhões), seguido pelo ouro (208 milhões), minério de cobre (R$ 61 milhões) e bauxita (81 milhões).

Quanto a outros tributos e taxas, o Ibram informa que houve um aumento de 98% de arrecadação no período, passando de R$ 23,9 bilhões para R$ 46,9 bilhões. Já o número de empregos diretos no setor aumentou de 174.647, no início de 2020, para 192.006 até maio de 2021.

No que se refere à previsão de investimentos do setor para o período 2021-2025 o valor manteve-se em US$ 35 bilhões, direcionados para 92 projetos, principalmente nos estados de Minas Gerais (35%) Bahia (28%) e Pará (23%). Por substância, os investimentos estão direcionados para minério de ferro (42%) bauxita (22%), fertilizantes (17%), cobre (6%) e níquel (4%). 

Confira abaixo a coletiva do Ibram:

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