Ambientalistas e deputados visitam área do projeto

10/05/2022
Os ambientalistas alegam que o projeto coloca em risco a Serra do Curral como patrimônio cultural dos belo-horizontinos.

 

Deputados da Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) visitaram, dia 9 de maio, a área onde a Tamisa pretende instalar o projeto na Serra do Curral para verificar os danos que a mineração poderá provocar. O grupo era composto por ambientalistas e lideranças comunitárias, que chamaram atenção para os riscos para o abastecimento de água da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

A ambientalista Jeanine Oliveira, do projeto Manuelzão, afirma que os danos das cavas de mineração podem se espalhar por um raio de três a quatro quilômetros, além da mina poder comprometer o aquífero que abastece um novo sistema de captação de água que está sendo construído pela Vale como parte do acordo firmado com o Ministério Público após o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho. “Os ventos vão levar a poeira de minério para praticamente toda Belo Horizonte. Isso vai ter um impacto grande sobre a saúde das pessoas”, acrescentou o dirigente do Movimento dos Atingidos por Barragens, Joceli Andrioli. 

Os ambientalistas também alegam que o projeto coloca em risco a Serra do Curral como patrimônio cultural dos belo-horizontinos. De acordo com Jeanine Oliveira, “a área a ser minerada é a mais preservada da região e fica ao lado do Pico Belo Horizonte, ponto culminante dessa formação rochosa, com 1.390 metros de altitude. Esse pico vai ficar ilhado pelas cavas norte e oeste da Tamisa e pelas cavas da Empabra e de Águas Claras, que já existem”, explicou. 

Para a deputada Beatriz Cerqueira (PT), a autorização dada pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) para um novo projeto de mineração na Serra do Curral é ilegal e irregular. “O governo mentiu. A Tamisa mentiu. Os defensores da mineração mentiram para a sociedade, dizendo que o impacto ambiental não é tudo o que está sendo denunciado”, afirmou. A deputada reitera os riscos hídricos da RMBH, além de lembrar que o licenciamento não deveria ter sido autorizado para a Tamisa após iniciado o processo de tombamento da Serra do Curral como patrimônio cultural de Minas Gerais. 

A parlamentar comentou ainda que irá cobrar da Secretaria de Estado de Cultura explicações sobre o tombamento e defendeu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o processo de licenciamento ambiental da Tamisa. Segundo ela, o requerimento da CPI já tem 23 das 26 assinaturas necessárias para sua instalação.

No final da visita, três mulheres indígenas realizaram ritual de defumação, invocando seres encantados e ancestrais para espantar os males da Serra do Curral e do mundo. “A serra é mais que um patrimônio cultural; é a proteção de todo o nosso povo, e isso o dinheiro não pode comprar”, afirmou Maria Flor Guerreira, que se define como “engravidadora de sonhos e plantadora de árvores”.

Deputados da Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) visitaram, dia 9 de maio, a área onde a Tamisa pretende instalar o projeto na Serra do Curral para verificar os danos que a mineração poderá provocar. O grupo era composto por ambientalistas e lideranças comunitárias, que chamaram atenção para os riscos para o abastecimento de água da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

A ambientalista Jeanine Oliveira, do projeto Manuelzão, afirma que os danos das cavas de mineração podem se espalhar por um raio de três a quatro quilômetros, além da mina poder comprometer o aquífero que abastece um novo sistema de captação de água que está sendo construído pela Vale como parte do acordo firmado com o Ministério Público após o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho. “Os ventos vão levar a poeira de minério para praticamente toda Belo Horizonte. Isso vai ter um impacto grande sobre a saúde das pessoas”, acrescentou o dirigente do Movimento dos Atingidos por Barragens, Joceli Andrioli. 

Os ambientalistas também alegam que o projeto coloca em risco a Serra do Curral como patrimônio cultural dos belo-horizontinos. De acordo com Jeanine Oliveira, “a área a ser minerada é a mais preservada da região e fica ao lado do Pico Belo Horizonte, ponto culminante dessa formação rochosa, com 1.390 metros de altitude. Esse pico vai ficar ilhado pelas cavas norte e oeste da Tamisa e pelas cavas da Empabra e de Águas Claras, que já existem”, explicou. 

Para a deputada Beatriz Cerqueira (PT), a autorização dada pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) para um novo projeto de mineração na Serra do Curral é ilegal e irregular. “O governo mentiu. A Tamisa mentiu. Os defensores da mineração mentiram para a sociedade, dizendo que o impacto ambiental não é tudo o que está sendo denunciado”, afirmou. A deputada reitera os riscos hídricos da RMBH, além de lembrar que o licenciamento não deveria ter sido autorizado para a Tamisa após iniciado o processo de tombamento da Serra do Curral como patrimônio cultural de Minas Gerais. 

A parlamentar comentou ainda que irá cobrar da Secretaria de Estado de Cultura explicações sobre o tombamento e defendeu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o processo de licenciamento ambiental da Tamisa. Segundo ela, o requerimento da CPI já tem 23 das 26 assinaturas necessárias para sua instalação.

No final da visita, três mulheres indígenas realizaram ritual de defumação, invocando seres encantados e ancestrais para espantar os males da Serra do Curral e do mundo. “A serra é mais que um patrimônio cultural; é a proteção de todo o nosso povo, e isso o dinheiro não pode comprar”, afirmou Maria Flor Guerreira, que se define como “engravidadora de sonhos e plantadora de árvores”.

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