Alubar adaptará instalações para usar gás natural em Barcarena
A Alubar iniciou a implantação de um sistema para recebimento de gás natural (GN) em suas operações na cidade de Barcarena (PA). A unidade é a maior e mais antiga fábrica do Grupo Alubar, com capacidade produtiva superior a 100 mil toneladas por ano. O projeto de gás natural irá garantir a segurança energética para a empresa, que já utilizava gás liquefeito de petróleo (GLP) nos fornos de fabricação de metais e nas empilhadeiras, que fazem o transporte e logística interna da planta. Agora, os mecanismos serão híbridos e utilizarão preferencialmente o gás natural, mas ainda poderão usar o combustível anterior, caso necessário.
A Alubar assinou o contrato de fornecimento de GN no polo industrial de Barcarena, a partir da instalação do sistema de distribuição operado pela Companhia de Gás do Pará. Valmir Carneiro, supervisor de projetos da Alubar Metais e Cabos, lista alguns dos benefícios da adoção do novo combustível. “O gás natural possui alta produtividade e seu transporte é facilitado pelos gasodutos, tornando a operação ágil e dinâmica”, destaca. Tanto o GLP quanto o GN são combustíveis considerados de transição energética. Apesar de ambos serem de origem fóssil, a queima desses gases é bem menos poluente que outras alternativas à base de petróleo, como óleo diesel e gasolina, por exemplo.
De acordo com estudo recente publicado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o gás natural pode ser a segunda maior fonte da matriz energética global no cenário NetZero 2050. O levantamento aponta o GN como fundamental para atuar de forma integrada com fontes renováveis intermitentes, como eólica e solar, impulsionar novas tecnologias como o hidrogênio de baixo carbono e o biometano, além de reduzir a emissão de CO2. No entanto, o GN está à frente do GLP quando o assunto é emissão de dióxido de carbono (CO2). De acordo com a Energy Information Administration (EIA), agência federal responsável por coletar, analisar e disseminar informações sobre energia nos Estados Unidos, o gás natural emite, em média, cerca de 17% menos CO2 por unidade de energia gerada (BTU – British Thermal Unit), quando comparado com o GLP. “Com o projeto de gás natural no Pará vamos nos tornar mais competitivos no mercado de cabos elétricos de alumínio. Teremos uma redução de custo, segurança energética, melhoraremos nossa eficiência operacional e ainda vamos contribuir com a redução na emissão de gases que causam o efeito estufa”, destaca o CEO da Alubar, Maurício Gouvea dos Santos.
O fornecimento de GN para a Alubar começará em agosto de 2025. O projeto agora segue para as fases de licenciamento e regulamentação, aquisição de equipamentos, obras civis, montagem da linha de gás, adaptações e testes de combustão. Em operação desde janeiro deste ano, o Sistema de Distribuição de Gás Natural (SDGN) já movimentou mais de 90 milhões de m³ de gás natural, atendendo inicialmente ao setor industrial. O SDGN tem capacidade para atender diversas indústrias de forma simultânea. A Companhia de Gás do Pará detém a exclusividade na distribuição e movimentação de gás natural no território estadual. O gás chega ao Pará em navios, na forma liquefeita, e é conduzido por gasodutos até a estação de recebimento da Companhia. A migração para essa nova matriz energética no Estado está em consonância com a preparação para a 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em Belém em 2025.