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Bahia investiu mais de R$ 600 milhões em dois anos

23/11/2021
Ao longo dos últimos dez anos – de 2010 a 2020 – a Bahia destinou mais R$ 1,8 bilhão à pesquisa mineral.

 

Segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), a Bahia foi o estado que mais investiu em pesquisa mineral no biênio 2019/2020. Foram mais de R$ 600 milhões para projetos tanto em fase de autorização de pesquisa, quanto durante a fase de lavra. Ao longo dos últimos dez anos – de 2010 a 2020 – a Bahia destinou mais R$ 1,8 bilhão à pesquisa mineral, de acordo com o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Antonio Carlos Tramm. “Estávamos em quinto lugar na arrecadação de CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) e hoje já disputamos com Goiás a terceira posição. Sem dúvida isso é reflexo do que foi e continua sendo investido na pesquisa”, ressalta Tramm.

O anuário digital da ANM indica que mais de 80% de tudo que foi investido nos últimos dois anos foi concentrado nos municípios de Juazeiro (30,60%), Jaguarari (20,90%), Itagibá (18,55%) e Jacobina (12,68%). Dentre as substâncias pesquisadas, o cobre lidera com mais de 44,65% de investimentos, seguido pelo ouro (18,06%) e níquel (17,43%). 

A Mineração Caraíba investiu mais de US$ 20 milhões anuais em pesquisa geológica nos últimos anos, tanto em processos indiretos quanto em processos diretos de avaliação de potenciais minerais. De acordo com o CEO Manoel Valério, “a Mineração Caraíba sempre investiu em pesquisa geológica ao longo de sua história, como estratégia básica para sua continuidade e crescimento operacional através de expansão das atuais reservas minerais de suas minas, e de busca de aumento de recursos minerais para implantação de novos projetos de mineração no Vale do Curaçá, que engloba três municípios (Jaguarari, Juazeiro e Curaçá)”. Por meio dos investimentos, a Caraíba conseguiu aumentar a produção de concentrado de cobre com sucessivos recordes. A expectativa é que a mineradora alcance a marca de mais de 45 mil toneladas de cobre em 2021 e uma vida útil projetada para 15 anos. 

Conforme o presidente da CBPM, os valores em pesquisa mineral ainda não são o suficiente para gerar um maior dinamismo ao trabalho e é preciso uma atenção maior do governo para isso. “Acho um absurdo não existir no país incentivo para pesquisa mineral, como por exemplo através de dedução fiscal. É preciso que o governo tome providências quanto ao título minerário, permitindo que ele seja utilizado como garantia de financiamento. Pois o mercado de pesquisa não pode ficar na mão apenas de grandes empresas. É preciso incentivar a atuação do médio e pequeno empresário”, enfatiza Tramm. A CBPM é hoje a única empresa estadual de pesquisa mineral do país. Graças, em grande parte, às pesquisas da empresa nos últimos 49 anos, a Bahia é hoje um dos estados mais bem estudados e conhecidos geologicamente do país. A CBPM já publicou mais de 70 artigos técnicos, com destaque para trabalhos como “Geologia da Bahia” e “Geofísica da Bahia”, que funcionam como grandes instrumentos de estudo e prospecção mineral. 

Só em 2021 a empresa fechou seis licitações, superando os dois últimos anos. A CBPM concluiu com sucesso licitações para produção de níquel, cobre e cobalto, nos municípios Campo Alegre de Lourdes e Pilão Arcado, produção de fosfato, em Campo Alegre de Lourdes e quatro editais para produção de argila, nos municípios de Alagoinhas, São Sebastião do Passé e Camacã e lançou na semana passada edital para licitação de área para produção de esmeraldas em Pindobaçu.