Prefeito de Maceió quer pagamento imediato para pescadores

11/12/2023
Um dos temas que deverão ser abordados é o déficit habitacional de aproximadamente 40 mil pessoas em Maceió

 

O prefeito de Maceió, JHC, solicitou audiência com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com o objetivo de tratar sobre os últimos acontecimentos relativos ao rompimento da mina 18 da Braskem, ocorrido no domingo (10), e seus impactos para a cidade. Um dos temas que deverão ser abordados é o déficit habitacional de aproximadamente 40 mil pessoas em Maceió, ampliado pelo afundamento de solo, processo que iniciou em 2018. Desde então, cerca de 60 mil pessoas precisaram ser realocadas. Além disso, JHC se reunirá com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira e com representantes do Governo Federal.

Parte do teto da mina 18, localizada dentro da lagoa Mundaú, cedeu em 10 de dezembro, e provocou um preenchimento com a água do manancial. A área já estava isolada desde a semana passada e não há riscos para as pessoas, pois praticamente todo o entorno está desabitado.

“Estamos monitorando estas minas 24 horas por dia, em um trabalho sério, incansável, e que hoje é referência. Sobrevoamos a região e estamos avaliando os impactos ambientais e sociais”, disse JHC. “A unidade política é fundamental para definir as ações para os próximos passos. Precisamos unir esforços para chegar a uma solução. Fiquem tranquilos, e qualquer informação que for necessário compartilhar com a população, vamos compartilhar”, disse.

JHC disse que vai reivindicar junto à União o pagamento imediato dos auxílios para pescadores e marisqueiros, que estão sem poder trabalhar. Outra providência será debater um estudo aprofundado nas águas da lagoa, que entraram em contato com a mina e precisam ser analisadas. ”São muitas coisas para fazer e não podemos ficar perdendo tempo. Ontem à noite mesmo reuni meu secretariado, conversei com a equipe do Governo do Estado e membros do Governo Federal, tudo para dar as respostas com a velocidade que o povo merece”.

O prefeito também afirmou que os moradores do Bom Parto e Flexal serão incluídos no termo de compensação da Braskem. “Vamos discutir todos os pleitos que os moradores estão nos trazendo para amparar esses moradores nesse momento de aflição. A população acaba transmitindo a nós, e aqui a nossa função é estarmos próximos, para que essas angústias chegam até nós. A Prefeitura de Maceió desempenhará esse papel para esclarecer o que precisa ser esclarecido”, reforçou.

O secretário de Governo do Estado, Victor Pereira, disse que a Braskem será pressionada para aumentar a área afetada, como os Flexais, Bom Parto e comunidade Marquês de Abrantes. “Não se sabe o impacto ambiental do rompimento da mina, mas vamos recolher a maior quantidade de informações para fazer um diagnóstico”, disse.

Além das ações da Prefeitura de Maceió na área da mina 18, a Aeronáutica tem atuado no controle de espaço aéreo, para restringir voos de drone na região. Também há previsão de um espaço aéreo condicionado em caso de sinistro.

 

Responsabilização da Braskem

 

A determinação de ampliar as áreas de monitoramento das regiões dos Flexais de Baixo e da qualidade da água da lagoa Mundaú aconteceu após determinação do governador Paulo Dantas, e reunião da equipe do Governo de Alagoas com o prefeito de Maceió, o JHC, após o colapso da mina 18.  O secretário de Governo, Vitor Pereira, reafirmou o compromisso do Estado em apoiar as vítimas da Braskem. “É importante que os governos municipal, estadual e federal atuem em conjunto para que a Braskem aumente a área afetada, resolvendo o problema dos Flexais, do Bom Parto e da Marquês de Abrantes”, disse Vitor, que esteve acompanhado do secretário-executivo da Secretaria de Estado da Comunicação (Secom), Wendel Palhares; do chefe de Gabinete de Segurança Institucional, coronel André Madeiro, e do coordenador estadual de Defesa Civil, coronel Moisés Melo.

Além disso, Vitor ressaltou a importância de tranquilizar a população local, bem como os turistas. “É importante tranquilizar a população para ter informações em tempo real com dados consistentes, para chegar a todo o Brasil, porque nós temos o turismo como uma atividade que contribui economicamente e socialmente com Alagoas. É preciso transmitir que os atrativos turísticos do Estado não sofreram qualquer impacto do ponto de vista geológico, uma vez que o evento aconteceu em um local muito restrito”, destacou. “A Braskem é responsável por tudo o que está acontecendo. A mineradora deve ser responsabilizada por esse crime. O município de Maceió, o Estado de Alagoas e a União não podem arcar com qualquer custo para o endividamento econômico da administração pública”, disse.  

Direto da Fonte