Movimentação de terra chegou a 50 cm em Mutange

01/12/2023
Os locais que registraram mais tremores de terra foram os bairros de Mutange, Pinheiro e Bebedouro

 

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) acompanha de perto a situação em Maceió (AL), que recentemente passou por seguidos abalos sísmicos causados por atividades de mineração da Braskem. Em 1º de dezembro, o Governo Federal reuniu-se com uma equipe da Defesa Civil Nacional, que está no local desde quinta-feira (30) por determinação do ministro Waldez Góes, que participou de forma on-line. O objetivo foi apresentar as informações levantadas pela equipe e traçar, em parceria com as defesas civis estadual e municipal, uma estratégia para atender a população afetada. “A Defesa Civil Nacional e o Gade (Grupo de Apoio a Desastres) já monitoram a situação do lugar há muito tempo. Por determinação do presidente Lula e do presidente em exercício, Geraldo Alckmin, estamos com todo o nosso aparato de prontidão para auxiliar Alagoas em caso de necessidade”, informou Waldez Góes. “Iremos reconhecer ainda nesta sexta-feira a situação de emergência na cidade de Maceió e também repassaremos os recursos necessários para apoio à população”, destacou o ministro.

Os locais que registraram mais tremores de terra foram os bairros de Mutange, Pinheiro e Bebedouro. Os locais estão isolados e os moradores foram realocados. Segundo a Defesa Civil Nacional, Mutange registrou movimentação significativa, que atingiu 50 cm nas últimas 24h. A última média de movimentação calculada na área era da ordem de 18 cm por ano. Foram identificadas ainda trincas e rachadura no solo, que evoluíram significativamente. "A título de informação, no período de 19 a 24 de novembro, foi registrado um total de 1011 eventos sísmicos na área. Além da quantidade elevada de abalos, observou-se que a profundidade dos sismos se tornava mais rasa, indicando uma possível movimentação da cavidade em direção a superfície", explicou o diretor de obras da Defesa Civil Nacional, Paulo Falcão, que coordena a ação com o apoio de membros do Gade.

O caso Pinheiro/Braskem tornou-se conhecido após um tremor de terra sentido por moradores de alguns bairros de Maceió, em março de 2018. Para identificar os motivos das movimentações de terra, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) iniciou estudos dos locais atingidos, culminando com a apresentação de relatório técnico no qual ficou evidenciada subsidência na região e sua direta correlação com as atividades da mineradora. Em janeiro de 2020, a Braskem firmou um Termo de Acordo para Apoio na Desocupação das Áreas de Risco, viabilizando a evacuação da área com a respectiva indenização pela empresa.

O Governo Federal tem apoiado o município de Maceió desde a detecção do fenômeno, inicialmente por meio da investigação das causas do problema realizado pela SGB, passando pelo auxílio na elaboração dos planos de contingência, tanto em nível federal quanto local.

A Defesa Civil Nacional, em parceria com o SGB, auxiliou a Defesa Civil de Maceió nas definições dos mapas de linhas de ações prioritárias do plano de monitoramento da área, além do acompanhamento técnico ao longo dos últimos anos. A estrutura da defesa civil foi reforçada e a área afetada passou a ter monitoramento em tempo real 24 horas por dia, sete dias por semana. Em parceria com o Governo Federal, e apoiado por especialistas acadêmicos, foram elaborados protocolos de monitoramento sísmicos e geológicos na área, com a instalação de uma rede de equipamentos que permanecem em constante funcionamento.

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