Tecnologia para carvão vegetal sustentável

30/06/2021
A tecnologia aumenta a eficiência do processo de produção do carvão, ao melhorar o aproveitamento da madeira e dos subprodutos da carbonização.

 

A Vallourec já mantém em operação projeto de produção de carvão vegetal sustentável, desenvolvido e patenteado pela empresa na unidade Florestal (Paraopeba/MG). O carvão sustentável poderá ser adquirido por siderúrgicas de todo o mundo.

Denominada de Carboval, a tecnologia tem eficácia operacional e ambiental comprovada a partir da experiência da planta-piloto de Paraopeba, e passou a ser compartilhada com outras indústrias do setor por meio de parceria firmada com a Paul Wurth do Brasil, empresa especializada na venda de equipamentos, serviços e tecnologias para o mercado do aço. 

As primeiras negociações com empresas das Américas já foram iniciadas e grandes players do mercado de minério/pelotização do Brasil e da Europa também manifestaram interesse e deram início a testes de matéria-prima. 

A tecnologia aumenta a eficiência do processo de produção do carvão, ao melhorar o aproveitamento da madeira e dos subprodutos da carbonização. Além disso, a Carboval reduz o balanço de emissão de CO2 por meio da utilização do carvão vegetal em substituição a combustíveis fósseis em diversos processos siderúrgicos (petcoke nos Fornos Elétricos, GN na pelotização, mistura em minérios e outros).

O reator Carboval também permite a recuperação do alcatrão vegetal e do extrato pirolenhoso, subprodutos gerados no processo de produção do carvão vegetal. O material possui alto valor agregado para a indústria química (adesivos, cosméticos, tintas, entre outros) e alimentícia, podendo também ser utilizado em substituição aos combustíveis fósseis. “Trata-se de uma tecnologia madura, implementada após mais de oito anos de testes. É uma alternativa mais eficiente aos fornos de alvenaria, que já chegaram ao limite tecnológico, ambiental e econômico, ameaçando a sua sustentabilidade. Nossa estratégia é utilizar a floresta da melhor forma, com controle e automatização do processo, evitando perdas de produtos e subprodutos e a ocorrência de desvios de qualidade e garantindo a segurança”, explica o engenheiro e assistente de Desenvolvimento e Carbonização da Vallourec Florestal, Fernando Latorre.

Desenvolvida pela Vallourec, a tecnologia de carbonização contínua Carboval permite a transformação da madeira em carvão vegetal em apenas 16 horas, sem liberação de metano ou monóxido de carbono e com aproveitamento de até 95% da energia da matéria-prima. Em oito anos de testes, o reator da planta piloto produziu 39 quilotoneladas de carvão bruto, testados nos altos-fornos da Vallourec e de terceiros. O Grupo Vallourec anunciou um plano de mapeamento da emissão de carbono em 2020, aprovado pela Science Based Targets (SBTi) – organização que reúne mais de mil empresas ao redor do mundo e as auxilia a traçar metas de diminuição do impacto ambiental, alinhadas ao Acordo de Paris –, que objetiva reduzir em 20% e 25%, respectivamente, a emissão direta e indireta de carbono até 2025.

O grupo já opera como um baixo emissor de gases de efeito estufa e passou a integrar, em 2020, a Lista da Carbon Disclosure Project (CDP) – nome dado ao ranking que avalia o comprometimento de organizações ao redor do mundo com o meio ambiente. Com isso, a Vallourec passou a figurar entre as 179 empresas globais que mantêm práticas e políticas ambientais internacionalmente reconhecidas, entre mais de oito mil companhias avaliadas.