Receita líquida cresce 147% no trimestre

29/07/2021
O resultado é consequência da forte evolução de preços no período, tanto para o minério de ferro quanto para o aço e o cimento.

 

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) obteve receita líquida de R$ 15.392 milhões no segundo trimestre de 2021, aumento de 147% na comparação com o mesmo trimestre do último ano. O resultado é consequência da forte evolução de preços verificados no período, tanto para o minério de ferro quanto para o aço e o cimento. No primeiro semestre do ano, a CSN registrou receita líquida de R$ 27,3 bilhões, 136% acima do observado no mesmo período de 2020. O custo dos produtos vendidos totalizou R$ 7.111 milhões no 2T21, 15% acima do primeiro trimestre de 2020 em razão, principalmente, da evolução do preço de algumas commodities necessárias no processo produtivo, além do maior volume de vendas de minério no mercado externo. 

No semestre, o lucro bruto atingiu R$14,0 bilhões, com margem bruta de 51%. O grupo de outras receitas e despesas operacionais foi negativo em R$ 402 milhões no trimestre, como consequência, principalmente, das operações de hedge accounting para minério de ferro no total de R$ 279 milhões. Já o resultado financeiro no segundo trimestre foi negativo em R$ 340 milhões, como consequência da variação cambial observada no período, além do custo da dívida. Esse resultado acabou por compensar o ganho decorrente da venda de parte das ações da Usiminas, bem como a valorização das ações mantidas, que gerou ganho sem efeito caixa de R$ 143 milhões.

O lucro líquido da CSN alcançou R$ 5.513 milhões no segundo trimestre de 2021, queda de 3% sobre os três meses iniciais do ano, uma vez que o trimestre anterior foi positivamente impactado pelo ganho de capital com o IPO da CSN Mineração. No acumulado do ano, o lucro líquido atingiu R$11,2 bilhões, frente a um prejuízo líquido de R$ 866 milhões registrado no mesmo período de 2020, o que atesta o excelente desempenho registrado ao longo de 2021. Por sua vez, o EBITDA ajustado atingiu mais um recorde neste trimestre, ao somar R$ 8.174 milhões no trimestre frente aos R$ 5.806 milhões registrados no 1T21. O resultado foi acompanhado por um ganho de margem de 4,4% no período, com a margem EBITDA ajustada alcançando 53%. A combinação de um maior volume de vendas com preços mais altos em todos os produtos comercializados contribuiu positivamente para esse resultado extraordinário. No semestre, o EBITDA ajustado foi de R$ 14,0 bilhões, com uma margem EBITDA ajustada de 51%, ou 28% acima da verificada no mesmo período de 2020.

No final do primeiro semestre, a dívida líquida consolidada da CSN atingiu R$ 13.229 milhões, um patamar abaixo do guidance esperado para o final do ano. No período, a dívida líquida apresentou uma redução superior a R$ 7,3 bilhões em relação ao exercício anterior, como consequência da forte geração de caixa do período, da alienação de uma parcela das ações da Usiminas, e da variação cambial registrada no período. Com isso, a relação dívida líquida/EBITDA ajustada ficou em 0,6x, refletindo o atual momento da Companhia, com uma estrutura de capital muito mais sustentável.

A CSN investiu R$ 759 milhões no segundo trimestre de 2021, montante significativamente superior aos R$ 410 milhões investidos no começo do ano, como resultado do avanço nos projetos de expansão de capacidade e de renovação de equipamentos no segmento de mineração. A expectativa para a segunda metade do ano é de uma aceleração ainda maior dos investimentos de modo a atingir o guidance projetado pela Companhia. 

Na área siderúrgica, a CSN produziu 971 mil toneladas de placas no trimestre, 4% inferior em relação ao primeiro trimestre de 2021, devido à manutenção preventiva no alto forno n°3 iniciada no começo de junho. Na produção de laminados planos houve aumento de 5% na comparação com o trimestre anterior.  As vendas totais atingiram 1.281 mil toneladas, 27% superior ao registrado no segundo trimestre de 2020, em função principalmente da recuperação contínua que temos observado no mercado interno. Na comparação com o trimestre anterior, houve queda de 2,7% nas vendas em razão do menor volume de produtos exportados e de uma pequena redução nas vendas da SWT. 

No setor de mineração, a CSN produziu 10,5 milhões de toneladas de minério de ferro no trimestre, volume 25,4% superior ao do trimestre anterior, como consequência da sazonalidade, com o período mais seco permitindo um melhor rendimento da produção. Adicionalmente, observou-se também um aumento nas compras de minério de terceiros ao longo do 2T21, como forma de aproveitar as fortes condições de preços observadas no período. O volume de vendas atingiu 9,1 milhões de toneladas, 10,8% superior ao trimestre anterior em função da maior disponibilidade de minérios e do aquecido mercado transoceânico. 

No cimento, as vendas cresceram 6,4% em relação ao trimestre anterior, com um volume de 16,1 milhões de toneladas no período. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), a melhora na economia neste início de ano, a evolução das perspectivas em relação à pandemia e os novos leilões de concessões foram os principais drivers que levaram a esse aumento no volume de vendas de cimento. A combinação desses fatores levou o SNIC a elevar suas projeções de consumo de cimento para 2021, com a perspectiva de crescimento saindo de 1% para os 6% esperados para esse ano.