Jaguar Mining inicia fechamento de Turmalina

21/10/2021
Turmalina não recebe rejeitos desde 27 de setembro e está sendo preparada para concluir impermeabilização com geomembrana.

 

A Jaguar Mining iniciou processo de fechamento da barragem Turmalina, localizada na Unidade MTL, em Conceição do Pará (MG). Turmalina não recebe rejeitos desde 27 de setembro e está sendo preparada para concluir impermeabilização do reservatório com geomembrana. 

A primeira etapa do projeto recebeu investimentos de R$ 20 milhões e deve ser concluída em dezembro deste ano. As outras fases estão previstas para acontecer durante 2022 e 2023. “Apesar da comprovada segurança de todas as estruturas, que são monitoradas e devidamente certificadas, a Jaguar planeja não utilizar barragens no longo prazo”, comenta Sérgio Gonçalves Carnielle, engenheiro da empresa. O fechamento da barragem Turmalina vai aumentar a segurança operacional e promover a reintegração ambiental da área. 

A primeira etapa de descomissionamento envolve o envelopamento da barragem e a construção de dispositivos de drenagem para viabilizar a estabilização física da estrutura e a condução do escoamento das águas de chuva na região do reservatório, o que permitirá que a estrutura não acumule água. As fases posteriores contemplam a adequação do canal de cintura, construção de camada de aterro para implantação de cobertura vegetal, canal central de drenagem e regularização da crista da barragem. “A estrutura segue sendo inspecionada por empresa especializada, atendendo a rotina legal”, destaca Carnielle. O trabalho envolve as áreas de Engenharia, Suprimentos e Planta Metalúrgica.

Como escopo do projeto de fechamento da barragem Turmalina, foi feito o serviço de escavação e transporte de material para reativação da câmara de emergência em MTL. Ela passará a absorver e armazenar o excedente de água da Planta Metalúrgica, que será bombeada através de 1,2 km de tubulação para tratamento industrial, retornando ao Rio Pará dentro dos padrões legais. A obra de reativação da câmara, com duração de três meses, contou com escavação de cerca de 32 mil m³, foram utilizados 7,8 mil m² de geomembrana e geotêxtil para impermeabilização. A capacidade da câmara é de 25 mil m³.

Renato Santos, engenheiro de projetos da Jaguar, explica que por ser uma obra sobre rejeitos depositados, a ideia proposta inicialmente foi de um aterro experimental instrumentado para avaliar o comportamento do rejeito sob aplicação de carga, tendo sido possível observar que a maior dissipação da poropressão (pressão de água) ocorreria ao longo da construção do aterro, trazendo maior segurança futura para a obra. 

Para construir o aterro estão previstos cerca de 200.000 m³ de estéril e cake (rejeito filtrado) provenientes da pilha de estéril localizada em Turmalina, o que contribui também para o aumento da vida útil da pilha. Acima do aterro será construída uma camada de areia para conduzir eventuais fluxos de água para poços de captação. A impermeabilização do reservatório acontecerá com a instalação de 140.000 m² de geomembrana soldada ao mesmo material que impermeabiliza o fundo da barragem, fazendo com que todo rejeito fique isolado do meio ambiente de maneira permanente. Acima da geomembrana será construída a camada de solo para crescimento de vegetação e canais de condução de água. Além disso, para monitoramento da estrutura são previstos medidores de nível d’água, piezômetros, e marcos superficiais. Localizada em Caeté (MG), a barragem Moita também se encontra em processo de fechamento, que será concomitante à disposição de rejeito filtrado na estrutura. A previsão para fechamento completo da barragem é 2025.