Com a Serra Verde, Goiás ingressa no mercado mundial de terras raras

25/06/2023
Com o empreendimento, a empresa se tornará a terceira produtora em escala mundial e a primeira fora da Ásia a produzir neodímio (Nd), praseodímio (Pr), térbio (Tb) e disprósio (Dy). Todos esses quatro ETRs são essenciais para a fabricação de ímãs permanentes para uso em motores elétricos e geradores.

A Serra Verde Pesquisa e Mineração Ltda (SVPM), que está desenvolvendo uma operação integrada de mineração e processamento de elementos de terras raras ("ETR") em Minaçu (GO), deu início ao comissionamento da primeira fase das operações. Quando o complexo estiver em pleno funcionamento, a empresa produzirá um concentrado mineral único, contendo uma combinação de alto valor de ETRs magnéticos pesados e leves, incluindo neodímio (Nd), praseodímio (Pr), térbio (Tb) e disprósio (Dy). Todos esses quatro ETRs são essenciais para a fabricação de ímãs permanentes para uso em motores de veículos elétricos e geradores de turbinas eólicas, para os quais a demanda está crescendo de forma acentuada.

Com o empreendimento, a empresa se tornará a terceira produtora em escala mundial e a primeira fora da Ásia a produzir esses quatro ETRs (Elementos de Terras Raras) magnéticos. Isso torna seu depósito em Minaçu (GO) um ativo estratégico nas cadeias de valor emergentes de produção global de super-ímãs, que são os mais potentes entre todos os ímãs. Espera-se que os quatro ETRs magnéticos, cuja demanda está crescendo rapidamente, constituam mais de 85% do valor do concentrado da empresa. As amostras do concentrado proveniente de depósito de ETRs da SVPM, cujas dimensões permitem uma longa vida útil para a mina, já foram amplamente testadas e aprovadas, permitindo a consolidação de acordos com líderes do mercado global para fornecimento, assim que iniciar sua operação.

Ao contrário de muitos depósitos explorados por outros produtores de ETR, os depósitos de argila iônica, como os da SVPM, são particularmente atraentes, permitindo o emprego de técnicas de mineração a céu aberto, de baixo risco e a utilização de tecnologia de processamento padronizada, desenvolvida “in house”, que dispensa o uso de explosivos, reagentes químicos ácidos e outros produtos perigosos. Como resultado, os impactos ambientais e os riscos à saúde e segurança da população são menores em comparação com as demais operações de mineração de terras raras hoje existentes no mundo. Ainda sob o ponto de vista das vantagens socioambientais, vale ressaltar que a empresa utilizará fontes de energia elétrica renováveis para atender mais de 90% de suas necessidades operacionais. Além disso, a empresa está localizada em áreas com longa tradição de mineração em grande escala e que oferecem tanto mão de obra qualificada e infraestrutura, quanto acesso às rodovias e aos principais portos marítimos do Brasil. A expectativa para esta fase do empreendimento é produzir pelo menos 5 mil toneladas por ano de óxido de terras raras, ao longo de 25 anos, com um potencial de ampliação da capacidade e vida útil, por meio da otimização da planta e da ampliação das reservas minerais. A expectativa é que a Serra Verde inicie a produção comercial até o final de 2023.

De acordo com a empresa, uma ampliação significativa da base de recursos e reservas viabilizará uma possível expansão da Fase II do depósito em Minaçu, com o objetivo de duplicar a produção de minério bruto antes do final desta década. Thras Moraitis, CEO do Grupo Serra Verde, afirma que "alcançar este marco não teria sido possível sem a habilidade, trabalho árduo e dedicação da equipe da Serra Verde, e estou imensamente orgulhoso de seus esforços”. Moraitis declara ainda que “a Serra Verde é uma operação de classe mundial, e a qualidade de seus produtos e opções de crescimento a tornam um ativo único, com o potencial de ser um pilar sobre o qual o setor de ímãs permanentes pode começar a diversificar suas cadeias de suprimentos. Já iniciamos os primeiros passos com relação à análise das opções de crescimento à nossa disposição, incluindo desbloqueio de gargalos e melhoria das recuperações em nossa fase atual, acelerando o potencial de expansão da Fase II do depósito e explorando ainda mais nossa ampla área de concessão".

Leia a matéria completa na edição 430 de Brasil Mineral