Receita da Aura Minerals cresce 6% em 2023, mesmo com desafios

21/02/2024
Empresa encerrou 2023 com receita líquida de US$ 416,9 milhões e segue sua estratégia para atingir 450 mil onças até 2025.

 

Mesmo enfrentando adversidades, a Aura Minerals, que opera minerações de ouro e cobre em Honduras, México, Colômbia e Brasil, encerrou 2023 com receita líquida de US$ 416,9 milhões, volume 6% maior em relação a 2022 e segue sua estratégia de crescimento sustentável para atingir 450 mil GEO até 2025. O resultado positivo foi puxado pelo desempenho do último trimestre do ano, cuja produção total alcançou 235.856 GEO entre os meses de outubro, novembro e dezembro.

Em comunicado ao mercado, a Aura informa que a unidade Aranzazu, no México, obteve performance consistente no último trimestre de 2023, aumentando a produção em 2% na comparação com 2022, a preços constantes. A produção de Minosa, em Honduras, totalizou 65.927 GEO, um aumento de 7% em comparação a 2022, decorrente do aumento significativo na quantidade de minério empilhado, que atingiu um novo recorde em 2023, chegando a 744.736 toneladas, 6% superior ao recorde anterior de 2017.

No Brasil, questões climáticas trouxeram obstáculos extras para a unidade de Apoena, localizada no Mato Grosso. Ainda assim, no último período do ano a operação produziu 15.217 GEO, 36% acima do produzido no terceiro trimestre do ano passado.

Pela primeira vez participando de um trimestre completo, a Aura Almas, unidade no Tocantins, aumentou a produção de um trimestre para o outro em 17%. Almas é um marco para a Aura Minerals. Em 2023, o projeto iniciou sua produção após 16 meses de construção e ramp up de 5 meses. Entretanto, a performance estimada foi prejudicada por alguns problemas – “dois fatores são essenciais para o sucesso do projeto: a mina tem que funcionar bem para fornecer minério e esse material precisa ser bem processado na planta para produzir o ouro”, explica Rodrigo Barbosa, CEO da Aura Minerals. O ramp up funcionou bem, assim como a mina. Mas algumas dificuldades foram enfrentadas pelo contratista na hora de minerar a rocha fresca, o que prejudicou a produtividade – “nada que não pudesse ser resolvido com uma boa gestão”, tranquiliza o CEO, garantindo que a mina já está operando no ritmo projetado.

Para 2024, a companhia espera manter o crescimento das operações e o avanço do seu segundo projeto greenfield, o projeto Borborema, localizado no Rio Grande do Norte, que deve começar a fase de ramp up no início de 2025. Localizado em Currais Novos, o projeto parte com boa infraestrutura. O estado, que já teve alguma atividade mineral no passado, se mostra bastante receptivo para novos investimentos em mineração, de acordo com Rodrigo Barbosa.

Com mina a céu aberto, Borborema terá características muito próximas às operações de Apoena (MT) e Almas (TO) em termos de processo. O teor de ouro previsto é de 1g por tonelada em veios localizados, o que torna o planejamento mais complexo – “trabalhamos com uma visão de 5/6 anos para frente. Fazendo um paralelo, a mineração de ouro, se comparada à medicina, é o cirurgião do cérebro. A precisão da exploração é imprescindível”. A expectativa da Aura é que a produção de Borborema tenha início em 2025. O “gargalo” que a companhia enfrenta hoje neste projeto é a importação de equipamentos da China, como o moinho, cuja entrega está prevista para outubro/novembro deste ano.

Ao avaliar o desempenho de 2023, o CEO da companhia reforça "o compromisso em crescer dentro dos mais altos padrões de ESG. Alcançamos marcos importantes e, em especial, o de zero incidentes com afastamento em todas as operações. Apesar dos desafios de curto prazo nas operações, geramos US88 milhões em Fluxo de Caixa Livre Recorrente, o que nos permitiu financiar nosso crescimento assim como manter a Aura entre os maiores pagadores de dividendos do setor (yield de 6% em 2023) pelo terceiro ano consecutivo".

Para 2024, além do aumento na produção de todas as operações e o foco no desenvolvimento de projetos greenfield, como Borborema, a companhia já assinala sua pretensão de crescimento em Recursos e Reservas também.

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