Exportações crescem 940% em julho

09/08/2023
As exportações de sucata ferrosa somaram 58.376 toneladas em julho de 2023

 

Segundo números do Ministério da Economia, Secex, as exportações de sucata ferrosa somaram 58.376 toneladas em julho de 2023, um incremento de 940% sobre as 614 toneladas vendidas no exterior no mesmo mês de 2022. Nos sete primeiros meses do ano, as vendas externas alcançaram 411.762 toneladas exportadas, contra 237.113 toneladas em igual período do ano passado.

E as exportações de sucata ferrosa continuam como alternativa para o setor diante de um cenário ainda ruim no mercado interno e perspectivas incertas para os próximos meses. A baixa demanda pela sucata por parte das fundições e usinas siderúrgicas, afetadas por dificuldades na venda de aço, pressiona os preços da matéria-prima para baixo, que não reagem desde o início do ano. “Além das dificuldades internas, com uma economia ainda retraída e fraca demanda da indústria automobilística e da construção civil, grandes consumidoras de aço, as siderúrgicas têm cada vez mais verticalizado a produção, utilizando seu próprio insumo, o que desestimula o uso de materiais reciclados, coletados e vendidos por catadores e empresas recicladoras”, diz Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa).

O Inesfa considera que o efeito do aumento da tarifa de importação de papel e outros resíduos para 18% a partir de agosto, determinado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), terá pouco efeito positivo no setor. “O que tem mais impacto, na verdade, é a verticalização da indústria e menor uso do insumo reciclável”, diz Alvarenga.

Para o presidente do Inesfa, em 2023, é esperada uma queda de 30% na demanda interna por sucata, enquanto a exportação deve atingir patamares elevados até dezembro. “O início da queda da taxa de juros no País, determinada pela Banco Central na última reunião do Copom, e a melhoria do emprego nos últimos meses trazem alguma esperança para o segundo semestre, principalmente na construção civil, mas continuamos pessimistas sobre a reação do nosso setor, que só deve ocorrer em 2024”, diz Alvarenga. Para ele, é preciso um incentivo maior dos governos – em todas as esferas - , à reciclagem, uma das atividades mais importantes na preservação do meio ambiente e no funcionamento da economia circular.

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