CSN informa redução de R$ 1,1 bilhão nos investimentos

06/11/2022
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) obteve receita líquida de R$ 10.897 milhões no terceiro trimestre de 2022, 6% superior ao mesmo trimestre do último ano.

 

A CSN informou aos seus acionistas e ao mercado em geral que o CAPEX consolidado deve cair de R$ 4,1 bilhões para R$ 3 bilhões, e a expectativa de produção de minério de ferro mais compras de terceiros deve ficar em 34 milhões t no fechamento de 2022. 

A substituição da projeção de alavancagem, medida pelo indicador Dívida Líquida/EBITDA Ajustado, de 1,0x em 2022 para um patamar entre 1,75x e 1,95x entre os fechamentos dos balanços anuais de 2022 e 2023. 

Receita cresce, mas lucro cai

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) obteve receita líquida de R$ 10.897 milhões no terceiro trimestre de 2022, 6% superior ao mesmo trimestre do último ano. O resultado é reflexo da maior atividade comercial e aumento no volume de vendas dos principais segmentos da Companhia, mas parcialmente compensado pelos menores preços registrados para minério de ferro e produtos siderúrgicos. O custo dos produtos vendidos (CPV) totalizou R$ 8.359 milhões no trimestre, o que representa um aumento de 10,5% em relação ao segundo trimestre, como resultado da manutenção de preços elevados de algumas matérias-primas como o carvão de coqueria, além de maiores custos com redutores nas operações de siderurgia e da maior movimentação nas minas. 

O lucro líquido da CSN atingiu R$ 238 milhões, queda de 82% sobre o mesmo trimestre de 2021, devido ao menor desempenho operacional verificado no período em razão da queda nos preços internacionais, que acabou por compensar as menores despesas financeiras apresentadas no período. Já o Ebitda ajustado somou R$ 2.714 milhões, o que significa uma queda de 37% sobre o terceiro trimestre de 2021, enquanto a margem Ebitda despencou de 40,6% para 23,9% nas comparações trimestrais de cada ano. Essa redução de rentabilidade é consequência direta da pressão de custos no segmento de siderurgia e do impacto dos preços de minério e aço nos mercados internacionais, que acabaram por compensar a maior atividade comercial registrada no período. A CSN ressalta o efeito temporário dessa pressão, uma vez que já é possível verificar uma acomodação dos custos e preços para o resultado no final do ano. Além disso, é válido observar também o impacto da incorporação da LafargeHolcim no segmento de cimentos, cujo EBITDA aumentou em 58,4% no terceiro trimestre deste ano, mesmo considerando apenas um mês de resultado da operação. Em 30 de setembro de 2022, a dívida líquida consolidada atingiu R$ 24.300 milhões, com o indicador de alavancagem medido pela relação Dívida Líquida/EBITDA alcançando 1,69x. Esse aumento da alavancagem é consequência dos desembolsos realizados no período, com o pagamento da aquisição da LafargeHolcim, além da emissão de novas dívidas, como a 2ª Emissão de Debêntures da CSN Mineração. No entanto, apesar dessa maior necessidade de desembolsos financeiros, a CSN manteve a sua política de carregar um caixa elevado, que neste trimestre atingiu aproximadamente R$ 15,7 bilhões. 

No terceiro trimestre, a CSN investiu R$ 839 milhões, R$ 39 milhões a mais que no mesmo trimestre de 2021. O aumento dos investimentos ocorreu em cimentos como forma de compensar o atraso na entrega de pedidos para os projetos de expansão no segmento de mineração, que devem apresentar uma concentração maior no início de 2023. A produção de placas da CSN no trimestre somou 1.027 mil toneladas, um desempenho 15,4% superior em relação ao trimestre anterior. Por sua vez, a produção de laminados planos atingiu 911 mil ton, o que representa um crescimento de 18,7% em relação ao segundo trimestre deste ano em decorrência da normalização do processo produtivo uma vez que o trimestre anterior foi impactado por manutenções planejadas.

As vendas totais da CSN atingiram 1.160 mil toneladas no terceiro trimestre de 2022, volume 18,2% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. As vendas domésticas foram as principais responsáveis por esse crescimento, ao somar 859 mil toneladas de produtos siderúrgicos, um aumento de 18,7% em relação ao 2T22, como resultado de uma demanda bastante resiliente e preços mais competitivos. No mercado externo, as vendas do trimestre somaram 301 mil toneladas e caíram 12% em relação às realizadas no 2T22, como consequência de um menor volume de vendas verificado na Europa, afetando o resultado da SWT e Lusosider. Durante o trimestre, 22 mil toneladas foram exportadas de forma direta e 279 mil toneladas foram vendidas pelas subsidiárias no exterior, sendo 62 mil toneladas pela LLC, 159 mil toneladas pela SWT e 58 mil toneladas pela Lusosider.

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