Consumo na AL deve fechar o ano com 71 milhões de ton

10/11/2023
O aumento será impulsionado pelo crescimento da participação das importações extra-regionais

 

A Associação Latino-Americana de Aço (Alacero) divulgou que o consumo de laminados aumentará 2,4% em 2023 em relação ao ano anterior, atingindo 71 milhões de toneladas, enquanto a produção local registrará uma queda de 7,5%, totalizando 58 milhões de toneladas. O aumento será impulsionado pelo crescimento da participação das importações extra-regionais, que, em 2022 representou 31% (21,2 Mt) e deverá ser de 34% (24,3 Mt) em 2023, registrando um crescimento de 3%. Em relação a 2022, as exportações cairão 2,6 milhões de toneladas registrando 7,9 milhões de toneladas, enquanto as importações irão crescer 2,1 milhões de toneladas, fechando o ano com 26,5 milhões de toneladas de aço. De 2015 a 2023, 88% do aço consumido na América Latina veio de importações extra-regionais, devido a assimetrias competitivas que impactam a oferta local.

“Na América Latina, produzimos aço com uma pegada de carbono 15% inferior à média global e 30% inferior à da China. Porém, hoje, boa parte do aço consumido na região vem direta e indiretamente do país, em condições que não são de mercado justo, substituindo empregos de qualidade e afetando o meio ambiente”, reforça Alejandro Wagner, diretor executivo da Alacero. Dados da Alacero e do worldsteel mostram que a quantidade média global de CO2 emitida por tonelada de aço bruto produzido no último ano foi de 1,91 tonelada, enquanto a da China foi de 2,24 toneladas e a América Latina foi de 1,55 toneladas, o que significa uma queda de 7% em relação ao ano anterior.

As empresas que produzem aço na América Latina estão progredindo constantemente ao adotar medidas que reduzem a sua pegada de carbono. A América Latina precisa de uma transição justa: tem vantagens em termos de recursos naturais, mas também prioridades sociais e econômicas que os países desenvolvidos já resolveram. “Temos uma matriz produtiva sofisticada, com um tecido industrial robusto de grandes empresas e PMEs. No entanto, uma maior estabilidade econômica e política e regimes fiscais e laborais modernos são essenciais para gerar mais incentivos ao investimento, ao emprego e, acima de tudo, à competitividade. Condições tão fundamentais quanto básicas para enfrentar o enorme desafio que temos pela frente”, concluiu Wagner.

O consumo aparente de laminados do México registrou recuo de 2% no ano passado e atinge estimativa de 9,7% para este ano. O Brasil, por sua vez, fechou 2022 com queda de 10,6% e deverá fechar 2023 em 1,5% negativo, enquanto a Argentina cresceu 1,2% no último ano e planeja fechar 2023 com alta de 0,7%, enquanto a Colômbia registrou queda de 13,7% em 2022 e incremento de 2,4% em 2023.

O setor da construção segue à frente dos segmentos que mais consumiram aço ao longo de 2023, com 48,5%; seguido pelo automotivo, com 17,5%; produtos de metal com 14,5%; máquinas mecânicas com 13,3%; equipamentos eletrônicos com 2,9%; uso doméstico com 2,5% e outros transportes com 0,9%. O setor siderúrgico na América Latina criou 1,4 milhão de empregos em 2022, dos quais 230 mil diretos e 1,15 milhão indiretos. Ou seja, para cada emprego na indústria, são criados outros cinco na cadeia de valor. Os executivos salientam que, para que o mercado continue e prospere com o seu potencial de criação de oportunidades, é cada vez mais essencial tomar medidas contra o domínio chinês e a favor da valorização da produção e dos empregos locais.