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Vale atinge 100 milhões t em Brucutu

02/07/2021
O material movimentado desde 2016 corresponde ao peso de 35 mil estádios do Maracanã.

 

A Vale movimentou 100 milhões de toneladas de material na mina de Brucutu, que produz minério de ferro em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG) com caminhões fora de estrada autônomos, que circulam sem operador na cabine, desde a implantação do projeto, em 2016. Não há registro de acidentes causados pelos caminhões autônomos, as emissões de carbono caíram devido ao menor consumo de combustível e a produtividade da mina aumentou. 

Cada caminhão tem capacidade para transportar 240 toneladas e os veículos são controlados por sistemas de computador, GPS, radares e inteligência artificial, percorrendo a rota entre a frente de lavra e a área de descarga. Os veículos autônomos começaram a ser utilizados em 2016 em modo de teste. Em 2019, todos os 13 caminhões que circulam em Brucutu já utilizavam a nova tecnologia, fazendo dela a primeira mina do Brasil com operação 100% autônoma. O material movimentado desde 2016 corresponde ao peso de 35 mil estádios do Maracanã. Os caminhões já percorreram 1,8 milhão de km, o que representa 46 voltas ao redor da Terra. 

Nos últimos cinco anos, houve redução no consumo de combustível dos caminhões autônomos de 11% na comparação com os veículos tripulados, resultando em uma diminuição de 4.300 toneladas de CO2 por ano na atmosfera. A velocidade máxima dos caminhões, que era de 40 km/h, chegou a 60 km/h, enquanto a produtividade horária, medida pela quantidade de minério de ferro transportada por hora, teve aumento de 11% - cinco pontos percentuais a mais do que o esperado. 

Os pneus tiveram um aumento de vida útil de 35%, o que significa 10% a mais do que o esperado. Além de economia para a empresa, esse número gera menor descarte de resíduos. Os operadores que antes ficavam na cabine receberam treinamento e foram realocados para outras funções, sendo uma delas a operação nas salas de controle – com ar condicionado, sem vibração e ruídos –, a quilômetros de distância da frente de lavra. Com isso, as situações de risco envolvendo os operadores dos caminhões, como tombamento e colisão, foram eliminadas. “São muitos resultados e aprendizados para serem celebrados com o nível atual de maturidade da mina autônoma”, explica o gerente-executivo do Complexo de Brucutu e Água Limpa, Jefferson Corraide. Para o gerente, o principal avanço foi a redução da exposição de pessoas ao risco. “A mina se tornou mais segura, tanto pela tecnologia embarcada quanto pela disciplina exigida para tornar o processo sustentável e fluido. Os processos de otimização da operação autônoma vão além do caminhão e abrangem o complexo como um todo”. 

O gerente de Operação e Infraestrutura de Brucutu, Kléber Gonçalves, explica que dentro da área de lavra veículos tripulados e autônomos estão em constante interação e, para que ela seja segura, todos os veículos são adaptados. Isso permite aos caminhões autônomos traçar suas rotas e, de forma preventiva, reduzir a velocidade ou até mesmo interromper seu percurso, evitando acidentes. "Os equipamentos também possuem sensores que mapeiam e identificam, de forma contínua, o relevo, objetos e pessoas, de modo que a tecnologia autônoma pode paralisar a operação de um ou mais caminhões em caso de mudanças que não estavam previstas no trajeto determinado pelo centro de controle", afirma. 

Funcionários operam os veículos tripulados e agora supervisionam todo o processo a quilômetros de distância dos veículos. Os operadores de equipamentos de Brucutu foram deslocados para outras funções na própria mina ou em outras unidades da Vale na região. Parte da equipe foi aproveitada na gestão e controle dos equipamentos autônomos, após ter passado por cursos de capacitação. 

O programa de autônomos da Vale continua em expansão, com um investimento total de cerca de US$ 40 milhões em 2021. No momento, a Vale realiza testes com caminhões autônomos em Carajás, além de investir em perfuratrizes autônomas. Atualmente há 11 delas em operações de Minas Gerais e Pará. Outro projeto em curso é de automatizar as máquinas de pátio, que já foi concluído na Malásia e está em implantação em quatro estados do Brasil.