Lideranças dos povos indígenas Yanomami, Ye’kwana, Kayapó, Xikrin e Munduruku, reunidos em Brasília no acampamento “Luta pela Vida”, firmaram um manifesto contra o garimpo, segundo eles “uma doença que os brancos estão trazendo para dentro de nossos territórios”. Para os povos indígenas, o garimpo destrói sua cultura, suas florestas, envenena os rios, cria conflitos entre os parentes e acaba com seus locais sagrados. “Nós não trocamos ouro pela vida de nossos filhos e nossos netos”.
Os povos indígenas dizem ainda em seu manifesto que são “a favor da floresta e do povo brasileiro. Queremos viver bem, com saúde, água limpa e comida para todos. Por isso, exigimos que o governo cumpra a ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) e retire os invasores de nossos territórios”.
E acrescentam: “O governo fala que somos pobres, mas nós somos ricos. Nossa riqueza está na floresta e rios, que nos dão tudo. A floresta é nossa casa, nosso mercado, nossa farmácia. O governo tenta nos dividir, mas é apenas uma minoria entre os indígenas que apoia essas atividades, sem saber que estão ajudando a destruir seu próprio povo. A maioria dos indígenas é contra o garimpo, pois sabe dos problemas que ele traz, como a contaminação dos rios por mercúrio, malária, HIV, Covid, prostituição, violência, tráfico de drogas e armas e abrindo pistas clandestinas no meio da floresta. Enquanto isso, os empresários brancos enriquecem comprando carros de luxo, helicópteros, armas pesadas, tudo isso às custas da vida dos povos indígenas. Estamos numa aliança contra o garimpo, contra o PL 191/20, o PL 490/2007 e contra todos esses projetos de morte que o governo defende para roubar nossas terras”.