Empresa australiana enxerga grande potencial na Bahia e Rio Grande do Norte

11/09/2023
Segundo o diretor executivo da empresa, o Brasil poderia estar no mesmo nível da Austrália com a quantidade de pegmatitos que possui

 

A Solis Minerals, empresa australiana que adquiriu recentemente dois projetos de espodumênio, Jaguar, na Bahia, e Borborema no Rio Grande do Norte, anunciou bons resultados no levantamento superficial em Borborema, e atualmente negocia extensão do período de due dilligence no projeto Jaguar.

Segundo o diretor executivo, Matthew Boyes: “O Projeto Borborema está atendendo às expectativas, produzindo resultados positivos do programa preliminar de mapeamento de reconhecimento. A identificação de três novos pegmatitos aflorantes contendo lítio e amostras de fragmentos de rocha retornando até 7,60% de Li2O é altamente encorajadora. A equipe está ansiosa para concluir o programa geoquímico completo do solo na área e, em seguida, perfurar os três pegmatitos aflorantes."

"Estamos atualmente renegociando uma extensão do nosso período de due diligence no Projeto Jaguar, o que permitirá o tempo necessário para avaliar o ativo de forma mais adequada e sistemática. Com uma grande plataforma de perfuração montada sobre esteiras atualmente a caminho do local, começaremos para ver algum progresso tangível na Jaguar nos próximos meses. "Estamos localizados na região certa, no momento certo, à medida que o Brasil continua a crescer e se tornar uma região líder, de primeiro nível e de alto teor de lítio.

No projeto Jaguar a empresa afirma que existem fragmentos de rocha com até 4,95% de Li2O ao longo de um corpo de pegmatito rico em espodumênio com 1 km de comprimento e 50 m de largura.

“Foram confirmados pegmatitos LCT (lítio - césio - tântalo) com algumas das ocorrências de espodumênio mais grosseiras e abundantes que já vi”, disse Matt Boyes, ex-chefe da Delta Lithium.

"O Brasil poderia estar potencialmente no mesmo nível da Austrália com a quantidade de pegmatitos lá, eles estão literalmente em toda parte"

Mattew Boyes, diretor da Solis Minerals

Confira a seguir entrevista de Matthew Boyes ao site australiano Stockhead:

- Todo mundo parece animado com o projeto Jaguar.

Mattew - Jaguar é empolgante porque é o primeiro ativo na província da Bahia, no Brasil, que foi identificado como tendo um pegmatito contendo LCT saindo do solo. Quando você olha para ele, você tem uma zona central do pegmatito que parece ter 50m de largura. Os cristais de espodumênio são enormes. Ainda é cedo, mas parece ser um sistema de afloramento que pode ser muito grande, metalurgicamente simples, num arrendamento mineiro e próximo de infra-estruturas. É por isso que gostamos.

- Você conseguiu arrecadar US$ 8 milhões com bons preços.

Mattew - O interesse foi fenomenal e não chegamos nem perto do número  que poderíamos ter. Poderíamos ter recebido muito mais dinheiro do que pegamos. Costumava haver um pequeno desconto com o Brasil, mas agora, com a Sigma Lithium entrando em produção e a Latin Resources sendo a próxima, acho que o Brasil será o centro da produção de espodumênio nos próximos anos. Poderia estar potencialmente no mesmo nível da Austrália com a quantidade de pegmatitos lá, eles estão literalmente em toda parte. E dá para perceber que agora com todo o interesse que existe no Brasil, as empresas buscam adquirir ativos de lítio. As pessoas estão fervilhando por todos esses pegmatitos aflorantes.

- O sucesso da Sigma Lithium em sua nova mina Grota do Cirilo, de 270.000 tpa, tem sido um teste decisivo positivo para a operação no país?

Mattew - Sem dúvida, foi isso que deu às pessoas a fé para investir em ativos de lítio no Brasil. O país está passando por um renascimento do investimento mineiro e é um grande exemplo do que pode ser feito. Todos estão se beneficiando.”

- O Brasil poderia ser o próximo James Bay?

Mattew - Temos um pé em dois ou três projetos realmente incríveis. Também estamos tentando negociar outros, mas há pessoas assediando os proprietários de todos os lados. Os preços estão ficando exponenciais quando você tenta fechar um negócio. Há muito interesse da América do Norte. Empresas juniores americanas, juniores canadenses estão investindo muito dinheiro em ativos no Brasil, então você precisa ter uma rede estabelecida, pessoas que possam levar esses ativos para você antes dos outros. Muitas juniores, como Lithium Ionic e Atlas Lithium, têm altas avaliações de seus ativos no Brasil.

- Você tem dinheiro no banco e pelo menos dois projetos para realizar. Quais são seus planos para o segundo semestre?

Mattew - A estratégia agora é comprovar recurso em um dos ativos. Queremos perfurar e adquirir novas áreas. O crescimento é uma chave para nós. Queremos crescer, queremos crescer nos dois projetos para podermos colocar duas equipes no terreno – uma no projeto Borborema e outra na Bahia. Ambas as áreas têm um enorme potencial. Ambas as áreas nunca foram perfuradas. E ambos têm pegmatitos com espodumênio saindo do solo em arrendamentos de mineração concedidos. Vamos perfurar primeiro na Jaguar e esperamos obter um resultado excelente com nosso primeiro programa de perfuração lá.