Produção ilegal cresce 25% em 2021
O Instituto Escolhas realizou levantamento com base nos dados da Agência Nacional de Mineração (ANM) e da Coleção 7 do projeto Mapbiomas que indicam uma produção ilegal de ouro de 52,8 toneladas do metal em 2021. Isto equivale a 54% da produção nacional e o volume é 25% superior ao constatado em 2020.
O estudo detalha as origens do ouro com indícios de ilegalidade, sendo que a maior parte corresponde ao metal oriundo de áreas onde há indícios de extração para além dos limites permitidos. “São dois pontos de atenção: primeiro, claro, o aumento expressivo do ouro com indícios de ilegalidade, que evidencia a falta de controle e de ações para coibir a extração de ouro ilegal nos últimos meses. E, em segundo lugar, o fato de que quase dois terços desse ouro vieram da Amazônia. Ou seja, 32 toneladas do metal saíram daquela região com alguma indicação de irregularidade”, afirma Larissa Rodrigues, gerente de Portfólio do Instituto Escolhas.
Larissa comenta ainda que a ausência de um sistema de rastreabilidade de origem para a cadeia do ouro favorece cada vez mais a ilegalidade, aumentando o impacto da extração ilegal na Amazônia e na vida das populações da floresta. “Por tudo isso, o Escolhas tem insistido na importância dos Projetos de Lei nº 2159/2022 e nº 836/2021, que estabelecem controles sobre a comercialização do ouro, da extração até as exportações”, reforça.
O Instituto Escolhas usou para a atualização das informações a mesma metodologia do estudo “Raixo X do Ouro: mais de 200 toneladas podem ser ilegais”, lançado em fevereiro deste ano. O estudo revelou que 229 toneladas de ouro com indícios de ilegalidade foram comercializadas no país entre 2015 e 2020. O estudo em formato onpage está disponível site e nas redes sociais do Instituto Escolhas https://www.escolhas.org/wp-content/uploads/Onepage_Raio-X-Ouro.pdf.