A corrida pelos minerais estratégicos no Brasil

10/04/2025
O Brasil tem atraído muitas empresas, desde junior companies recém-listadas e com valor de mercado ainda baixo, até grandes corporações.

O Brasil está vivenciando uma verdadeira corrida pelos minerais de transição energética, mais notadamente aqueles destinados à eletrificação de veículos automotores e geração de energia limpa, como o lítio e as terras raras, embora também haja iniciativas visando ao aumento da produção de cobre, níquel e grafita, além do nióbio, do qual o País já é o maior produtor mundial, respondendo por mais de 80% da produção global.

Essa corrida tem atraído para o Brasil muitas empresas listadas na ASX (Australian Stock Exchange), desde junior companies recém-listadas e com valor de mercado ainda baixo, até grandes corporações, como a PLS, que é o maior produtor mundial de lítio a partir de rocha dura. Atualmente, há dezenas de empresas australianas atuando em território brasileiro, voltadas para projetos de terras raras, lítio, cobre e ouro, titânio e níquel, com grande predominância dos projetos voltados às terras raras e lítio.

Mas não são apenas as australianas que estão de olho no Brasil. Os minerais para transição energética em território brasileiro também têm atraído a atenção de companhias listadas no Canadá e nos Estados Unidos, que antes estavam mais focadas em ouro e cobre.

No caso do lítio, os projetos estão mais concentrados no norte do estado de Minas Gerais, mais especificamente na região do Vale do Jequitinhonha, que foi batizada de Vale do Lítio, com o seu epicentro nos municípios de Araçuaí e Itinga e que se estende até a região de Salinas. O governo de Minas Gerais estima que até 2030 deverão ser investidos cerca de R$ 30 bilhões em projetos de lítio no estado, considerando que em apenas um ano (2023) foram investidos mais de R$ 5,5 bilhões.

Atualmente, seis empresas se destacam nos projetos de lítio em Minas Gerais, sendo que três delas (Sigma Lithium, AMG Brasil e CBL) já estão produzindo, uma (Atlas Lithium) está instalando sua planta e em vias de iniciar operação, enquanto a Lithium Ionic já está com seu projeto licenciado e iniciando os trabalhos de engenharia e a PLS está avançando com trabalhos de exploração e iniciando os estudos de engenharia (ver entrevista nesta edição)

A Sigma Lithium, que está produzindo a uma escala de 270 mil t/ano de concentrado de lítio, já obteve do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), financiamento no valor de R$ 486,7 milhões para ampliar sua capacidade de produção para 520 mil t/ano de concentrado. Porém, o objetivo da empresa é mais amplo: quer chegar a 920 mil t/ano até 2027, apesar da queda nos preços do lítio durante os últimos dois anos, acumulando um recuo de cerca de 80%. De uma média de US$ 70 mil a tonelada, chegou-se a US$ 10 mil no final de 2024. A expectativa dos produtores é que os preços se estabilizem em 2025 e registrem recuperação a partir de 2026. A Sigma se coloca como a terceira produtora de concentrado de lítio de menor custo do setor, devido ao seu baixo custo operacional. A empresa também se afirma neutra em carbono, com o seu processo autodenominado Greentech. A Sigma também pretende ingressar na produção de sulfato de lítio, o que espera viabilizar até 2027.

Veja a matéria completa na edição 447 de Brasil Mineral