Aos 60 anos, a Embu é exemplo como produtor moderno de agregados

20/12/2023
Em 26 de dezembro, a Embu SA estará completando 60 anos de atividades, com quatro unidades no estado e uma capacidade instalada de 8,5 milhões t/ano de brita e areia.

No final deste ano de 2023, mais precisamente em 26 de dezembro, a Embu SA estará completando 60 anos de atividades, período ao longo do qual se destacou como um dos principais produtores de agregados da Região Metropolitana de São Paulo, com quatro unidades no estado e uma capacidade instalada de 8,5 milhões t/ano de brita e areia. Além de estar na linha de frente na produção de agregados no País, a Embu é, provavelmente, uma das empresas do setor mais evoluídas do ponto de vista técnico.

Embora a empresa tenha sido formalmente criada em 1963, sua história tem origem um pouco antes, por volta de 1961/1962, quando Wilson Camargo Barros, que na época atuava na Camargo Corrêa, começou a comprar terras no município de Embu, que então era um distrito do município de Cotia, na região metropolitana de São Paulo. Naquela época, Embu era uma zona tipicamente rural.

Uma vez assegurada a propriedade das terras, partiu-se para a criação da empresa, que foi formalizada logo depois do Natal de 1963, em um momento de plena ebulição política no País, o que de certa forma foi um ato de coragem, diante das incertezas que havia. Além de Wilson Camargo Barros, que detinha 60%, a Embu contava com dois outros sócios, Rubens Giuzio e Antonio Giuzio Filho, cada um com 20%, que até hoje permanecem na sociedade. Mas a operação da pedreira começou efetivamente em maio de 1964. Apesar da crise que o País vivia, o mercado estava vivendo uma fase excelente, porque foi o período do mandato do prefeito Faria Lima, que executou muitas obras em São Paulo, o que gerou uma grande demanda de brita. Na ocasião, foram instaladas várias pedreiras na região metropolitana, algumas até financiadas pelo então BNDE (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico), hoje BNDES. São dessa época as pedreiras Cachoeira, Mariutti, Riuma e Dutra, por exemplo. Como havia falta de brita em São Paulo, pois a produção local era insuficiente para atender à demanda, o produto era trazido da região de Campinas. Tal situação motivou a Embu, logo no final dos anos 1960, a partir para a instalação de outra unidade, a Itapeti, no município de Mogi das Cruzes. A estratégia adotada foi a mesma, ou seja, uma vez identificada a jazida, partiu-se para a compra da propriedade do solo. Itapeti começou a operar em 1971, ainda no embalo da grande demanda por brita na região metropolitana de São Paulo.

Mas os anos 1970 não foram tão bons quanto a década anterior, porque o mercado, que tem seus altos e baixos, não estava muito demandante. Já havia se encerrado o que os produtores chamam de “Efeito Faria Lima”, quando havia grande número de obras. Por sorte houve o lançamento de obras como a Rodovia dos Imigrantes, que permitiu às pedreiras continuarem operando, mas sem aquele boom dos anos 1960. Isto permitiu à Embu consolidar a operação de suas duas unidades de então, além de incorporar tecnologias de mineração que na época não eram aplicadas em pedreiras.

Em seu início, a pedreira Embu, como a maioria das unidades de produção de brita de então, utilizava o sistema tradicional de extração em pedreiras, com aqueles grandes paredões e o desmonte feito com o uso de marteletes. Mas nos anos 1970 a Embu começou a transformar a pedreira, fazendo adaptações para o uso de bancadas e introduziu o uso de perfuratrizes pneumáticas na preparação dos desmontes com uso de explosivos. A unidade de Itapeti já iniciou sob esse novo conceito. Tais mudanças foram importantes, pois permitiram que a empresa consolidasse sua produção e tivesse condições de atender ao novo pico de demanda, que começou em 1978, com o término da Rodovia dos Bandeirantes.

Nos anos 1980, mais especificamente em 1986, a empresa iniciou a operação de sua terceira unidade, a pedreira Juruaçu, em Perus, dentro do município de São Paulo e que foi, provavelmente, a que enfrentou mais dificuldades de implantação. A empresa teve que lidar com a questão do licenciamento ambiental, uma novidade para o setor, o que gerou demora no início da operação. Provavelmente o licenciamento da Juruaçu foi o primeiro a exigir um EIA/ Rima de pedreira no Brasil, uma exigência do Conama. O processo de apresentação e análise do EIA/Rima demorou cerca de um ano, mas finalmente a pedreira começou a operar em 1987.

Veja a matéria completa na edição 435 de Brasil Mineral