Zamin tem transporte de minério bloqueado
Credores e ex-funcionários da Zamin Ferrous bloquearam passagem para que o minério de ferro do pátio da empresa não chegasse às caçambas que seriam levadas até o porto de Santana, a 17 km de Macapá (AP). O bloqueio foi acompanhado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Polícia Militar (PM). O ato não teve tumulto.
Segundo os credores, a Zamin teria vendido 100 mil toneladas de ferro estocado em Santana sem autorização da Justiça e licenças ambientais. O caso gerou autuação do Instituto de Meio Ambiente do Amapá (Imap) sobre a empresa terceirizada que transporta o minério, mas o serviço continuou sendo feito. ”Eles não apresentaram documento nenhum e conseguimos impedir, para que o minério ficasse aqui. A licença da Zamin expirou. Mesmo que tenha ordem judicial, a empresa deve regularizar pendências ambientais, fiscais e trabalhistas, obedecendo ao regramento legal para operação”, disse o presidente da Comissão Mineral e Energética da OAB, Sérgio Paulo Jorge.
A proposta é que ex-servidores sejam vigilantes da portaria da Zamin para evitar a retirada do minério. O produto é uma das garantias dos credores para o recebimento de indenizações e dívidas da empresa. Eles temem que todo o estoque seja dilapidado sem que sejam efetuados os débitos, que chegam a R$ 1,5 bilhão.
A Zamin comunicou, em 2014, o fim da capacidade de estocagem de minério de ferro, tanto em Pedra Branca do Amapari quanto em Santana, o que ocasionou paralisação parcial das atividades. Na época, a empresa informou que a suspensão das atividades estava relacionada com “o término da capacidade de estocagem de minério de ferro, tanto em Pedra Branca quando em Santana, e com o atraso nas obras de reconstrução do terminal de embarque de minério em Santana”. A estrutura a que se refere a empresa desabou em 28 de março de 2013, arrastando caminhões, guindastes e o minério estocado para o rio. Quatro pessoas morreram e duas ficaram desaparecidas. (G1)