PEDREIRAS

Reaproveitamento evita prejuízos

02/02/2017

 

O especialista em recursos minerais do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Luis Carlos Zancan Filho em encontro com associados do Sindicato da Indústria da Mineração de Brita, Areia e Saibro do RS (Sindibritas) e da Associação Gaúcha dos Produtores de Brita, Areia e Saibro (Agabritas) comentou as possibilidades que existem em reaproveitar pedreiras abandonadas. “Existem exemplos espalhados pelo mundo que nos permitem observar de que maneira pedreiras abandonadas acabaram virando ecoparques, hotéis, condomínios de luxo, teatros ao ar livre e, até mesmo, estádio de futebol, como o da cidade de Braga, em Portugal. Então, é possível levar adiante iniciativas semelhantes no Rio Grande do Sul e no Brasil. As empresas que trabalham com este segmento da mineração devem estar atentas para essa prática”

O presidente do Sindibritas e da Agabritas, Pedro Antônio Reginato, reforça essa premissa e recorda que os projetos devem ter como objetivo a integração com as comunidades onde estão inseridos, além de apostar em ações de recuperação das lavras das pedreiras. “Isso ajuda a evitar problemas comuns com pedreiras abandonadas, como a invasão habitacional clandestina, com risco de queda de material sobre as casas, pessoas e automóveis; a transformação da área em local de desova e desmanche de veículos roubados, de afogamentos, da prática irregular de atividades esportivas e, até mesmo, de homicídios e ponto de tráfico de drogas”. As duas entidades trabalham junto aos associados na busca de conscientizá-los da possibilidade em aumentar o valor residual a partir do momento em que a área é recuperada e reaproveitada.

Entre as inúmeras possibilidades para reutilizar pedreiras de forma concreta, o especialista do DNPM cita o desdobramento dos taludes de configuração final com altura máxima de dois metros e baixa inclinação. Segundo ele, isso reduz o risco de queda de material e de pessoas, facilita a aplicação de solo vegetal sobre toda pedra e a revegetação da área, além de diminuir a erosão. Zancan Filho alerta também sobre a importância em se evitar a lavra em cavas, mas havendo necessidade disso, que seja pouco profunda. “Procurar realizar o planejamento do uso futuro da área no PCA da pedreira, em concordância com as normativas dos órgãos ambientais e realizar o projeto de infraestrutura da mina de forma a ser compatível, aproveitável e definitiva ao futuro empreendimento pós término da lavra, também são iniciativas que trarão resultados efetivos “enfatiza o especialista do DNPM.

Como exemplo de recuperação está a pedreira desativada de Minas do Camaquã, pertencente ao município de Caçapava do Sul (RS) que tornou-se o centro de esportes de aventura Minas Outdoor Sports. Idealizado pelo empresário local Marcelo Spode, o centro é um parque temático de aventura ao ar livre, com toda estrutura necessária para desenvolver uma gama de atividades ligadas ao ambiente natural  - trilhas, passeios de bicicletas, caiaque, passeio a cavalo, além da prática de tirolesa, arvorismo, escalada e rapel. Os visitantes também podem conhecer as galerias no interior da terra de onde os mineiros extraíam toneladas de materiais em tempos passados.