VALE

Meta de 400 milhões t em 2022 é mantida

04/02/2021

 

A Vale encerrou 2020 com a retomada parcial de todas as operações de finos de minério de ferro paralisadas em 2019, o que se tornou ainda mais desafiador em meio à pandemia COVID-19 e à necessidade de adoção de medidas de proteção aos colaboradores e apoio às comunidades. Apesar dos impactos e medidas relacionados à pandemia ter reduzido a produtividade em todos os negócios e adiado, em 2020, o início dos novos ativos de minério de ferro, a Vale continua confiante em atingir 400 milhões de toneladas anuais de capacidade no final de 2022. A mineradora retomou no quarto trimestre os sites de Serra Leste e Fábrica do negócio de Minério de Ferro, além das obras de manutenção de Moatize. O trimestre foi marcado pelo forte aumento nas vendas em relação ao trimestre anterior nos negócios de Minério de Ferro (25,9%), Cobre (15,4%) e Níquel (13,6%).  

A produção de finos de minério de ferro da Vale totalizou 300,4 milhões de toneladas em 2020, em linha com 2019, como resultado da retomada das operações como Vargem Grande e Timbopeba; do ramp up de S11D; e de operação do site de Alegria por um ano completo. Esses efeitos compensaram as restrições na disposição de rejeitos em Itabira e Brucutu; atrasos na abertura de novas frentes de lavra em Serra Norte; impactos relacionados ao COVID-19; e pela parada de 4 meses do site Fazendão.

No último trimestre de 2020, a Vale produziu 84,5 milhões de toneladas de finos de minério de ferro, 5% abaixo na comparação com o trimestre anterior, principalmente devido aos maiores níveis de chuvas e restrições de disposição de rejeitos no Sistema Sudeste. Dadas as restrições de produção, a Vale encerrou o ano com 322 milhões de toneladas de capacidade de produção, com expectativa de atingir 350 milhões de toneladas em 2021. 

A produção de pelotas da Vale totalizou 29,7 milhões de toneladas no ano passado, 29% inferior em relação a 2019, como resultado da menor disponibilidade de pellet feed nos sites da Vale e dos ajustes de produção de acordo com as condições de mercado. A produção de pelotas da Vale foi de 7,1 milhões de toneladas no trimestre, queda de 1,4 milhão de toneladas devido à menor disponibilidade de pellet feed de Brucutu e Itabira e às manutenções na usina de pelotização de Tubarão 6. Em janeiro de 2021, a Vale retomou as operações da usina de pelotização de Vargem Grande, paralisada desde fevereiro de 2019, adicionando 7 milhões de toneladas anuais de capacidade da planta de pelotização. O gargalo da Vale para a produção de pelotas continua sendo a menor disponibilidade de pellet feed em suas operações. 

Os volumes de vendas de finos de minério de ferro e pelotas totalizaram 286,1 milhões de toneladas em 2020, ou 5% abaixo da produção de finos de minério de ferro. No 4T20, as vendas de finos e pelotas de minério de ferro da Vale alcançaram 91,3 milhões de toneladas com um prêmio de US$ 4,3/t. A Vale atingiu vendas recordes de 64 milhões de toneladas para a China no último trimestre. 

Níquel e cobre

A produção de níquel acabado ex-VNC foi de 183,7 kt em 2020, em linha com 2019. Do lado positivo, a produção anual foi sustentada pela melhor performance de 9,3 mil t em Onça Puma, operando durante o ano completo, após receber autorização judicial para retomar as atividades de mina e processamento em setembro de 2019 e aumento de 3,4 mil t de minério de origem da Indonésia, devido a operações mais estáveis ao longo do ano. 

A produção de cobre atingiu 360,1 mil t em 2020, 5,5% inferior a 2019, principalmente como resultado de: produção 35,3 mil t menor devido aos impactos relacionados à COVID-19, que incluem a decisão de minimizar o contingente de trabalhadores no local, restrições de viagens, interrupções na cadeia de suprimentos, aumento nos níveis de absenteísmo e atrasos na manutenção de infraestrutura e equipamentos; e redução de 10,8 mil t devido à limitação de produção canadense devido às taxas de mineração menores. Essas reduções foram parcialmente compensadas pelo aumento de 22,2  mil t de produção devido ao forte desempenho em Sossego, operando com maiores taxas de processamento e teores de cobre. 

O Negócio de Carvão retomou suas atividades de manutenção em novembro, com conclusão prevista para o 1T21, seguida das atividades de comissionamento de equipamentos novos e remodelados. O início do ramp-up da mina e da planta está previsto para acontecer a partir do 2T21 e deve durar até o final de 2021. A Vale espera atingir um run-rate de produção de 15 Mtpa no 2S21.  

O Sistema Norte foi impactado principalmente pelos níveis mais elevados de chuvas. A operação em Serra Leste foi reiniciada em dezembro após o recebimento da Licença de Instalação necessária. Espera-se que a operação produza 4-5 Mt em 2021, atingindo 6 Mtpa de run-rate até o final do ano. Um projeto de expansão será desenvolvido nos próximos anos para adaptar e repotencializar a planta existente, permitindo um aumento de capacidade para 10 Mpta. O start-up da expansão está previsto para o primeiro semestre de 2023. 

Já o Sistema Sudeste teve produção em linha com o trimestre anterior (3T) em função da maior produção de ROM para abastecimento do retorno da Samarco, sendo parcialmente compensado por menor nível de produção em Itabira e Brucutu devido ao menor desempenho das soluções temporárias de disposição de rejeitos; e o uso de desmonte mecânico em conjunto com a maior distância média de transporte em Alegria, diminuindo a produtividade do site desde que a barragem do Xingu foi elevada para o Nível 2 de Emergência. 

O fraco desempenho no trimestre é explicado principalmente à paralisação parcial (já reiniciada em janeiro de 2021) das operações de Viga devido à suspensão da licença necessária para disposição de rejeitos na barragem B7; e menor produtividade na mina de Abóboras, ocasionada pela redução da eficiência do desmonte mecânico nas frentes de lavra de itabirito compacto, sendo parcialmente compensado pelo retorno do processamento à seco em Fábrica. As atividades de Fábrica foram retomadas em dezembro após diversos testes de vibração atestarem a ausência de impactos nas estruturas do site. A operação deve ser retomada no 2T2. Fábrica operará com processamento a seco e desmonte mecânico, adicionando cerca de 2 Mtpa de capacidade de produção. A Vale possui um conjunto de soluções e novos ativos para desbloquear e retomar capacidades em seus sites, que estão em implantação em colaboração com a Agência Nacional de Mineração (ANM), Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) e empresas de auditoria externa.