FERROVIAS

Leilão da Fiol viabiliza Bamin

12/04/2021

 

Como parte da Infra Week, em que o governo está leiloando uma série de ativos de infraestrutura, foi leiloado, no dia 8 de abril, o Trecho I da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), pelo valor de outorga de R$ 32,7 milhões, mais o pagamento de uma outorga variável de 3,43% da receita bruta a partir do sexto ano de concessão. O evento foi realizado na B3, em São Paulo, e contou com apenas um interessado, a Bahia Mineração (Bamin). O projeto faz parte da carteira do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), do governo federal. 

O trecho arrematado pela Bamin tem 537 km, entre Caetité e Ilhéus, na Bahia e será um importante corredor de escoamento de minério de ferro e grãos do sudoeste baiano. De acordo com o governo, a concessão vai transformar a logística no estado e contribuirá com a meta de ampliar a participação ferroviária na matriz de transportes do Brasil.

Como vencedora do leilão, a Bamin ficará responsável pela finalização do empreendimento e operação do trecho, em uma concessão que vai durar 35 anos, totalizando R$ 3,3 bilhões de investimentos para a entrada em operação da ferrovia. Desse total, R$ 1,6 bilhão será utilizado para a conclusão das obras, que estão com 80% de execução. Além disso, serão realizados outros investimentos na reposição de ativos e manutenção da vida útil ao longo do prazo da concessão, que vai permitir a criação de 55 mil empregos diretos, indiretos e efeito-renda.

“Estamos diante do projeto mais transformador do Estado da Bahia”, avalia o Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. "Estive pessoalmente em Caetité, na Bahia, e esse projeto vai levar ainda mais desenvolvimento e mais empregos para esse estado tão importante. Temos hoje uma agenda intensa de investimentos ferroviários, um compromisso enorme com a intermodalidade. A carteira do PPI para 2021, mesmo em um ano difícil de crise de saúde, tem 129 ativos para serem leiloados, porque a gente acredita no Brasil”, destacou a Secretária Especial do PPI, Martha Seillier.

A expectativa do governo é de que a Fiol I (Ilhéus-Caetité) comece a operar em 2025, já transportando, segundo estudos, mais de 18 milhões de toneladas de carga, entre grãos e, principalmente, minério de ferro produzido na região de Caetité. O volume pode mais que dobrar em dez anos, superando 50 milhões de toneladas em 2035 – sendo a maior parte minério de ferro. Entre as cargas também estão alimentos processados, cimento, combustíveis, soja em grão, farelo de soja, manufaturados, petroquímicos e outros minerais.

A operação inicial já deve contar com pelo menos 16 locomotivas e mais de 1.400 vagões – pelo menos 1.100 destinados apenas para o escoamento de minério de ferro. Montante que terá um incremento diante do aumento da demanda, chegando a 34 locomotivas e 2.600 vagões em dez anos. Além de Ilhéus e Caetité, um terceiro pátio será instalado no município de Brumado. O traçado da Fiol 1 atravessará as seguintes cidades baianas: Ilhéus, Uruçuca, Aureliano Leal, Ubaitaba, Gongogi, Itagibá, Itagi, Jequié, Manoel Vitorino, Mirante, Tanhaçu, Aracatu, Brumado, Livramento de Nossa Senhora, Lagoa Real, Rio do Antônio, Ibiassucê e Caetité.

O Governo Federal também trabalha nos projetos para concessão dos outros dois trechos: a Fiol 2, entre Caetité (BA) e Barreiras (BA), com obras em andamento, e a Fiol 3, de Barreiras (BA) a Figueirópolis (TO), que aguarda licença de instalação por parte do Ibama. Um corredor de escoamento que terá um total de 1.527 quilômetros de trilhos, ligando o porto de Ilhéus, no litoral baiano, ao município de Figueirópolis (TO), ponto em que a Fiol se conectará com a Ferrovia Norte-Sul.

O CEO da Bamin, Eduardo Ledsham, comemorou a vitória no leilão, afirmando que “a Fiol será importante não somente para a mineração como também para o agronegócio, além de outras cadeias produtivas. Com a mina Pedra de Ferro, a Fiol e o Porto Sul, a Bamin contribui efetivamente para impulsionar um novo ciclo de crescimento e desenvolvimento, alavancando a Bahia ao posto de terceiro maior produtor de minério de ferro do País”.