O Governo do Pará assinou um memorando de entendimentos (MOU, na sigla em inglês) com a Vale e o grupo argelino Cevital para a implantação de uma usina siderúrgica na região de Marabá. A implantação do empreendimento tem previsão de início no primeiro semestre de 2017, aproveitando as obras de terraplanagem já feitas pela Vale para a projetada siderúrgica ALPA (Aços Laminados do Pará). A previsão é que o empreendimento inicie operação em 2019, produzindo 3,5 milhões de toneladas de produtos de aço como bobinas, ferro gusa, billets, blooms e trilhos para estradas de ferro. O investimento será de US$ 2 bilhões, com geração de 18 mil empregos na implantação e 5,3 mil (diretos e indiretos) na operação.

As informações foram dadas pela diretora de Geologia, Mineração e Transformação Mineral da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Pará, Marily Germano, durante a realização do EMINA 2016, evento que reuniu fabricantes de equipamento e prestadores de serviço em Parauapebas (PA), entre 23 e 26 de novembro.

Além do aproveitamento das obras de terraplanagem, a Vale transferirá todo o projeto de engenharia básica elaborado para a ALPA. Num primeiro momento, o nome do empreendimento permanecerá o mesmo.

A logística geral do empreendimento prevê o fornecimento de minério de ferro pela Vale. O carvão será importado e o tráfego das matérias-primas e de produtos acabados será feito pela ferrovia de Carajás, pelo menos até a Ferrovia do Pará ser construída.

O Governo do Pará está entrando com um pedido, junto ao Governo Federal, de criação de uma Zona de Processamento de Exportação, em Marabá, semelhante à do Pecém, no Ceará, que isentará a empresa de impostos durante a fase de implantação (CAPEX) e operação (OPEX).

A instalação do laminador de trilhos permitirá a volta da produção de trilho no Brasil, que estava paralisada desde a década de 80, quando a CSN fechou o único laminador em operação no País. A Cevital pretende fornecer trilhos para a América Latina e África.