CIMENTO

Com greve, vendas caem mais de 20%

14/06/2018

 

A greve no setor de transporte de cargas, conjugada com o baixo nível de atividade econômica, afetou fortemente as vendas de cimento no País. Dados do SNIC (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento) revelam que houve uma queda de 20,3% no total das vendas de cimento em maio de 2018, que somaram apenas 3,6 milhões de toneladas. No período janeiro a maio, as vendas totalizaram 20,4 milhões de toneladas, com uma queda de 4,5% na comparação com igual período de 2017. Nos últimos 12 meses, as vendas foram de 52,4 milhões t, ou 5,1% menor do que no período de junho de 2016 a maio de 2017. 
 
Segundo Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC, os dados frustraram o setor, que esperava um número positivo. A expectativa do setor, diz ele, era fechar o mês de maio com um número positivo, “o que levaria a indústria a um segundo trimestre de crescimento. Mas a greve dos caminhoneiros frustrou os resultados”. 
 
Considerando-se o número de dias úteis – que, de acordo com o dirigente, é o melhor indicador da indústria, por levar em conta os dias efetivamente trabalhados – as vendas de cimento no mercado interno tiveram queda de 19,4% em relação a maio do ano passado. Já o consumo aparente e importação, no período janeiro a maio de 2018, totalizou 20,5 milhões t, queda de 4,8% em relação ao período anterior. 
 
 “Para o mês de junho o problema ainda deve continuar, pois não apenas a venda está sendo impactada, mas toda a cadeia da construção sofreu e ainda sofre com reflexos da greve”, disse Camillo Penna, acrescentando que agora o setor precisa rever as projeções.  “A greve foi tão grave que esperávamos fechar o ano com crescimento de 1% a 2%, mas revendo os números já prevemos uma queda para o ano. O cenário econômico já vinha demonstrando indicadores fracos da atividade, como: a produção industrial, as vendas do comércio, a confiança de empresários e consumidores, além da inflação em queda. Esses indicadores apontavam para uma demanda retraída e crescimento fraco.” Ele disse, ainda, que com a nova tabela de frete divulgada pelo governo os custos ficarão mais elevados para o setor, já que o frete representa de 20 a 40%  preço final do produto.