AÇO

Produção cai 6,3% em dezembro

23/01/2019

 

O Instituto Aço Brasil (IABr) divulgou que a produção de aço bruto atingiu 2,6 milhões de toneladas em dezembro de 2018, um decréscimo de 6,3% na comparação com o mesmo mês de 2017. Já a produção de laminados ficou em 1,6 milhão de toneladas no último mês de 2018, queda de 8,9% na mesma base de comparação, enquanto os semiacabados para vendas totalizaram 983 mil toneladas e cresceram 1,2% sobre dezembro de 2017. 
 
As vendas internas somaram 1,4 milhão de toneladas, o que representa um recuo de 3,2% sobre dezembro de 2017. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 1,5 milhão de toneladas, 1,9% inferior ao apurado no mesmo mês de 2017. As importações de dezembro de 2018 alcançaram 160 mil toneladas e US$ 167 milhões, resultando em um aumento de 9,6% em quantum e queda de 0,6% em valor na comparação com dezembro de 2017. As exportações não foram contabilizadas por causa da mudança de metodologia da SECEX/MDIC. Até que o sistema esteja normalizado, de forma a dar continuidade à tendência original dos dados, o Instituto Aço Brasil optou por não publicar, temporariamente, os indicadores de exportação.
 
A produção de aço bruto alcançou 34,7 milhões de toneladas em 2018, uma expansão de 1,1% frente ao ano anterior. A produção de laminados foi de 23,1 milhões de toneladas, aumento de 3,3%, enquanto a produção de semiacabados para vendas foi de 9,9 milhões de toneladas em 2018, o que significa um aumento de 0,5% na mesma base de comparação. 
 
As vendas internas foram de 18,3 milhões de toneladas no último ano, um incremento de 8,2% na comparação com 2017. O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 20,6 milhões de toneladas no mesmo período, o que representa uma alta de 7,3% frente ao acumulado de janeiro a dezembro de 2017.
As importações alcançaram 2,4 milhões de toneladas em 2018, um crescimento de 3,3% frente ao ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 2,6 bilhões, uma alta de 16,9% na mesma base de comparação. As exportações não sendo divulgadas, assim como ocorreu no balanço mensal de dezembro de 2018. 
 
Brasil perde com decisão da UE
 
A União Europeia decidiu restringir suas importações de aço, adotando cotas e sobretaxas de 25% para volumes que ultrapassem as referidas cotas. O bloco europeu já havia aplicado salvaguarda de 200 dias (agosto 2018/fevereiro 2019) que entra em vigor em 2 de fevereiro e deve durar até julho de 2021. 
 
A medida foi uma resposta à Seção 232 imposta pelos Estados Unidos no ano passado. À época, Donald Trump anunciou oficialmente, em março, o estabelecimento de alíquota de importação de 25% para o aço sob o argumento de que as importações de aço constituem ameaça à segurança dos Estados Unidos. 
 
A decisão da União Europeia prejudica o Brasil, já que o Velho continente é um mercado importante. A Europa importa 15% do aço brasileiro. Em 2018, o Brasil exportou 2,1 milhões de toneladas de aço para a Europa, o que significou faturamento de US$ 1,4 bilhão. A medida europeia exclui os produtos siderúrgicos semiacabados, grupo que representou 1,2 milhão de t e US$ 611 milhões de faturamento. Avaliações preliminares indicam que as medidas adotadas pela UE podem acarretar redução das exportações brasileiras de aço para aquele mercado de US$ 90 milhões a US$ 100 milhões anuais. 
 
A decisão da UE reforça a guerra de mercado, que tem como pano de fundo o excedente de capacidade de 550 Mt de aço. Esse cenário tem ocasionado escalada protecionista, com fechamento de vários mercados, enquanto a América Latina e, em especial o Brasil, continua aberta. Segundo dados da Associação Latino Americana do Aço (Alacero), as exportações de aço da China para o mundo caíram 5% de junho a dezembro de 2018, mas cresceram 28% para a América Latina.