MINÉRIO DE FERRO

Preço deve cair no segundo semestre

10/08/2016

 

Segundo os analistas Kenneth Hoffman e Zhuo Zhang, da Bloomberg Intelligence, há expectativa de queda para o mercado de minério de ferro no segundo semestre de 2016. A projeção é de declínio de US$ 51 para US$ 43 a tonelada, enquanto outros analistas calculam em US$ 45 a tonelada da commodity.

A queda é atribuída à baixa produção de aço na China e ao aumento do fornecimento de minério de ferro. A enorme quantidade de trading de minério de ferro dentro da China tem afetado os preços e aumentado a volatilidade, o que pode não estar totalmente refletido nas previsões de preços. O minério de ferro subiu acima de US$ 70 a tonelada no primeiro semestre deste ano, o nível mais alto desde 2015, e terminou com um ganho de 28%. A China Iron & Steel Association prevê que importações de minério de ferro irão cair para 920 milhões de toneladas métricas, de 953 milhões em 2015 e 933 milhões em 2014. As importações em declínio, combinado com um aumento na produção de minério de ferro, manteriam a pressão sobre os preços da matéria-prima.

O minério de ferro entregue à China tem como principais saídas os mercados brasileiro e australiano. O país da Oceania responde por 64% dos embarques para a China, maior consumidor de minério de ferro do mundo. O Brasil responde por 16% dos embarques para o país asiático. Os embarques de minério de ferro em Port Hedland subiram 2,5% até maio, com um mês recorde em março. As exportações brasileiras aumentaram 9,2% durante o mesmo período. Os preços do minério de ferro subiram em 20% em 2016, com as siderúrgicas chinesas aumentando a produção em resposta a preços mais elevados.

Apesar da queda da demanda chinesa, os embarques de minério de ferro do Brasil respondem por 25% do comércio transoceânico mundial, embora as exportações de minério de ferro do Brasil tenham caído 14,7% sequencialmente em junho, para 29 milhões de toneladas, a quantidade expedida durante o primeiro semestre saltou 5,7% desde o ano passado. O aumento de 28% nos preços do minério de ferro no primeiro semestre também encorajou os embarques a partir do Brasil.

As grandes mineradoras planejam aumentar a produção no próximo semestre, mesmo com a queda da demanda chinesa pelo segundo ano consecutivo. A expectativa é que Vale, BHP Billiton, Rio Tinto e a Fortescue aumentem a produção de algo em torno de 1,01 bilhão de toneladas métricas em 2016 (as quatro empresas) para 1,06 bilhão t, um aumento de 5%, em 2020. As três principais produtoras têm projetos de expansão que irão contribuir para os 250 milhões de toneladas de nova oferta esperados até 2018. A australiana Fortescue Metals Group (FMG) não pretende aumentar a produção no curto prazo.