CIMENTO

Plano de redução de emissões até 2050

10/04/2019

 

O Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) e a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) lançaram, em Brasília, o Roadmap Tecnológico do Cimento, um documento que planeja as diretrizes para a redução da emissão de CO2 na indústria brasileira do cimento em um primeiro momento até 2030 e, posteriormente, até 2050. A indústria desenvolveu o plano em parceria com a Agência Internacional de Energia (IEA), Iniciativa de Sustentabilidade do Cimento (CSI) do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), International Finance Corporation (IFC) - membro do Banco Mundial - e um grupo de acadêmicos de renomadas universidades e centros de pesquisa do País, sob a coordenação técnica do professor emérito e ex-ministro José Goldemberg.
 
"A indústria brasileira do cimento apresenta um dos menores índices de emissão de CO2 no mundo, por conta de ações que vêm sendo implementadas nas últimas décadas e queremos continuar liderando esse processo no futuro", afirma Paulo Camillo Penna, presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) e da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP). O estudo propõe reduzir ainda mais as emissões de CO2, identificar barreiras e gargalos que limitam a adoção de políticas públicas, regulações, aspectos normativos, entre outros, capazes de potencializar a redução das emissões em curto, médio e longo prazo.
 
O Roadmap Tecnológico do Cimento analisa uma série de medidas capazes de acelerar a transição rumo a uma economia de baixo carbono. "O setor reconhece os desafios na produção de cimento e concreto e tem trabalhado arduamente ao longo de muitos anos para encontrar soluções. Há várias inovações importantes já em andamento, que irão contribuir para reduzir as emissões globais de CO2 e produzir cimento de forma sustentável. Estamos totalmente comprometidos em avançar para um futuro sustentável", afirma Claude Loréa, diretora da Associação Global de Cimento e Concreto (GCCA) e especialista em sustentabilidade na indústria do cimento. 
 
A indústria cimenteira aumentou a produção de 26 para 71 milhões de toneladas entre 1990 e 2014, uma alta de 273% e a emissão de carbono cresceu 223% nesse intervalo, uma redução de 18% das emissões específicas (de 700 para 564 kg CO2 /t cimento). O projeto almeja alcançar patamares da ordem de 375 kg CO2 /t cimento até 2050, uma redução de 33% em relação aos valores atuais.
 
Para alcançar as metas reunidas no mapeamento, o setor irá se concentrar em quatro pilares: adições e substitutos de clínquer - produto intermediário do cimento -, por meio do uso de subprodutos de outras atividades; combustíveis alternativos, com a utilização de biomassas e resíduos com poder energético em substituição a combustíveis fósseis não renováveis; medidas de eficiência energética, mediante investimentos em linhas e equipamentos de menor consumo térmico e/ou elétrico; tecnologias inovadoras e emergentes, por meio da pesquisa e desenvolvimento em tecnologias disruptivas, como a captura de carbono.
 
Para atingir as metas no curto prazo (2030), estão entre as medidas Reforçar a cooperação nacional e internacional; promover o desenvolvimento de novas normas de cimento, permitindo a incorporação de maiores teores de substitutos de clínquer; Valorizar a recuperação energética de resíduos, em atendimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS); Compartilhar melhores práticas em nível nacional e internacional para a promoção da eficiência energética na indústria do cimento e Promover Pesquisa e Desenvolvimento em tecnologias emergentes e inovadoras de mitigação de gases de efeito estufa.