BENS DE CAPITAL

Marchesan cobra investimentos no CDES

08/03/2017

 

“Apesar do empenho do governo e da coragem para promover as reformas já anunciadas, há um consenso que as medidas voltadas diretamente ao setor produtivo são claramente insuficientes”, disse o conselheiro João Carlos Marchesan, presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas na abertura da 46º reunião plenária do CDES – Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, em Brasília.

De acordo com Marchesan, o “programa de regularização tributária - PRT” não atende minimante às necessidades das pequenas e médias empresas e impede a normalização das dívidas tributárias deixando a maioria dos industriais à margem da legalidade fiscal e sem possibilidade de acesso a financiamentos competitivos, necessários quando finalmente voltarmos a crescer. Para ele, a retomada do crescimento passa obrigatoriamente pelos investimentos e pelas exportações. O conselheiro afirmou ainda que o controle dos gastos públicos, já implantado, e as reformas da previdência, trabalhista e tributária, em andamento, aumentam a confiança de quem produz neste país. ”No entanto, no nosso caso, o faturamento das indústrias fabricantes de bens de capital, no ano passado, foi reduzido praticamente à metade do obtido em 2013, com óbvias consequências para a saúde financeira das empresas”.

Para a ABIMAQ chegou a hora do Governo dedicar o mesmo empenho e os mesmos recursos que foram dispensados ao controle dos gastos, às medidas necessárias para a retomada do crescimento. “O crescimento não virá simplesmente como decorrência do necessário ajuste fiscal e do controle da inflação”, afirmou. “Em resumo, o acúmulo de notícias negativas nos deixa em dúvida se o governo chega a ter clara dimensão do risco para a própria sobrevivência não só da indústria fabricante de bens de capital, mas também, de boa parte da indústria brasileira ou se a sobrevivência da indústria de transformação não está entre as prioridades do governo”, finalizou.