PETRÓLEO

Livro sintetiza exploração no Brasil

16/12/2015

 

“Uma síntese da exploração do petróleo no Brasil”. Este é o novo livro do engenheiro de minas e mestre em Geologia Acyr Ávila da Luz, que vivenciou os principais fatos que marcaram a trajetória da Petrobrás e da história da exploração do petróleo no território brasileiro. Em uma obra suscinta, com menos de 100 páginas, ele sumariza os principais acontecimentos que envolveram a exploração do petróleo no País, desde os pioneiros até os dias atuais, do Pré-Sal.

Ele começa o livro (que tem prefácio de Alberto Carlos F. de Almeida) com um breve capítulo sobre a origem do petróleo. O segundo capítulo traz uma biografia dos pioneiros do petróleo, que inclui  o agricultor paulista Eugênio Ferreira de Camargo – o primeiro a fazer sondagem de petróleo no Brasil, o belga Auguste Collon, o engenheiro Euzébio Paulo de Oliveira, o coronel Olavo Alves Saldanha (pioneiro na prospecção em Campos dos Goytacazes), o geólogo Avelino Ignácio de Oliveira, o geólogo Pedro de Moura e o engenheiro Irnack Carvalho do Amaral.

No capítulo Pesquisas do Governo Brasileiro, Acyr Ávila da Luz aborda o trabalho desenvolvido pelo norte-americano Charles White, que foi trazido pelo governo para estudar as ocorrências de carvão do Sul do Brasil. Fala, também, da polêmica entre o relatório de White e o do geólogo Euzébio de Oliveira, que havia sido designado para estudar a questão do petróleo na província do Gondwana.

Nos capítulos seguintes ele aborda a descoberto do petróleo em Lobato, na Bahia, a criação do Conselho Nacional do Petróleo (em 1938) e todo o trabalho desenvolvido pelo órgão, a criação da Petrobrás (em 1953), a conturbada Gestão Link (do geólogo norte-americano Walter Link, que foi contratado pela Petrobrás por cinco anos para desenvolver pesquisas no Brasil . a Gestão Pedro Moura, que assumiu a superintendência de exploração no lugar de Link e trocou os técnicos estrangeiros por nacionais, o período de exploração após a gestão do geólogo Franklin de Andrade Gomes, quando se destacaram as descobertas na bacia de Campos , e termina com o Pré-sal, onde ele destaca a descoberta do campo de Libra, com reservas estimadas entre 8 e 12 bilhões de barris.

Em suas conclusões, o autor dá algumas sugestões para o trabalho de exploração na região amazônica. Segundo ele, a Petrobras deveria voltar a insistir “como desejava Euzébio de Oliveira, há mais de 70 anos, em explorar o Médio Tapajós, onde em 1925 o geólogo Pedro de Moura perfurou o primeiro poço produtor de hidrocarboneto no Brasil”. Ele também recomenda que se pesquisa no Maranhão, “em áreas onde haja significativa espessura do folhelho Longá, sotoposto ao Poti”.

O que surpreende no livro é a capacidade do autor – que, com quase 100 anos, surpreende pela longevidade e lucidez – de contar, em tão curto espaço, mais de um século de história. Convém lembrar que este é o oitavo livro de Acyr Ávila da Luz.