PREMIAÇÃO

As empresas que fazem a diferença na mineração

12/05/2016

 

A cerimônia de entrega da 33ª edição do prêmio “Empresas do Ano do Setor Mineral”, tradicional evento da revista Brasil Mineral, realizada dia 5 de maio, reuniu na sede do escritório Pinheiro Neto Advogados (coanfitrião do evento), em São Paulo, representantes das companhias premiadas, autoridades e convidados que vivem e fazem a diferença no dia a dia da mineração no Brasil. O encontro foi patrocinado pelas empresas Andritz, Arvos, Core Case, Kepler Weber, Metso, Promon, TermoFisher e Univar. As bases minerais que sustentam o mapa do Brasil, marca registrada do troféu, foram gentilmente cedidas pela empresa Geosol.

A grande novidade desta vez foi a premiação das 10 empresas que mais se destacaram – na concepção dos leitores da revista – nos seguintes critérios: investimentos em novos projetos ou crescimento orgânico, esforço de desenvolvimento tecnológico, política de recursos humanos; ações de conservação ambiental e práticas de relacionamento com as comunidades. Em ordem alfabética e por categoria de minerais, os vencedores foram: Anglo American e Vale, na categoria Ferrosos; Alcoa e Votorantim, como Não Ferrosos; AngloGold Ashanti e Kinross, destaques na categoria Metais Preciosos; Galvani e Imerys, como Não Metálicos; e Copelmi e CRM, na categoria Metais Energéticos.

A mesa de abertura da cerimônia foi presidida pela Engenheira de Minas e Conselheira da revista Brasil Mineral, Maria José Salum, que ressaltou a importância do prêmio que reconhece as contribuições econômicas, tecnológicas, ambientais e sociais das empresas ganhadoras e reforçou a necessidade de melhoria na comunicação das mineradoras com a sociedade, “especialmente neste momento em que o setor tem sido muito penalizado com críticas negativas à sua atuação”.

Concordando com a conselheira, o editor da revista Brasil Mineral, Francisco Alves, disse em seu discurso que “a mineração está fazendo o seu dever de casa”. A conclusão tem como base uma análise da atuação das empresas premiadas em todos os segmentos: “além de não terem parado com os investimentos, por conta das dificuldades do mercado, as empresas não descontinuaram seus programas de responsabilidade social e ambiental. Consideramos isto muito importante, porque uma empresa não pode ser sustentável apenas nos momentos de bonança, quando os balanços exibem números exuberantes. Os que conhecem o setor mineral sabem que a mineração e a metalurgia são atividades de médio e longo prazo, onde não há espaço para imediatismos nem improvisações. É isto, inclusive que permite que a atividade, que é historicamente cíclica, sobreviva aos momentos de alta e de baixa”. 

De acordo com Alves, um ponto positivo nas ações realizadas pelas empresas é que estas não têm cunho paternalista ou assistencialista, “apenas com o objetivo de amenizar eventuais resistências aos seus empreendimentos e aos impactos que os mesmos necessariamente ocasionam sobre o ambiente e a vida das pessoas que moram nessas localidades, que são geralmente lugares remotos e desassistidos em termos daqueles itens que compõem o mínimo necessário para uma vida saudável e digna. O que nos parece é que boa parte desses programas estão realmente incorporados à política de atuação das empresas”.

Marcelo Ribeiro Tunes, diretor de Assuntos Minerários do Ibram (na ocasião representando o presidente Fernando Coura), personalidade constante dos encontros da Brasil Mineral, acrescentou à dificuldade de comunicação do setor para com a sociedade, dita por Maria José Salum, a necessidade destas empresas se tornarem mais transparentes, “mesmo num ambiente de crise” que, segundo Tunes, já iniciou um processo de recuperação – “para tanto, a contribuição do setor mineral é essencial”.

José Jaime Sznelwar, subsecretário de Mineração, representando na cerimônia João Carlos Meirelles – Secretário de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, explicou que o órgão tem trabalhado para mostrar a importância da mineração aos prefeitos de São Paulo, estado que possui cerca de 900 operações minerais – a maioria de pequeno porte, e que ocupa o 3º lugar em termos de volume de produção, atrás de Minas Gerais e Pará. Sznelwar, que também compõe o quadro de conselheiros da publicação, reforçou a importância do evento e todo o acervo de matérias publicado nas últimas três décadas pela revista Brasil Mineral, “conteúdo digno de uma enciclopédia mineral”.

Fechando o cerimonial, Carlos Nogueira Jr. – Secretário de Geologia, Mineração e Transformação do MME, reconheceu a dificuldade de manter por tantos anos uma publicação especializada em um setor tão cíclico como o da mineração e parabenizou o esforço e a dedicação dos fundadores da publicação, Francisco Alves e Sérgio de Oliveira. Prosseguindo em sua fala, destacou também a necessidade de investimento em conhecimento geológico básico de forma a diminuir os riscos na pesquisa, exploração e desenvolvimento de minas no Brasil, um esforço conjunto do MME, através da SGM, do DNPM e CPRM.

Nogueira Jr. também citou o desafio “de tornar a indústria extrativa uma força motriz para a realização do desenvolvimento sustentável em níveis local, regional, nacional e global”. Defendeu a construção participativa de políticas que levem ao ordenamento da atividade e à mitigação dos conflitos, “o sentido desta cerimônia, de premiar as empresas que trabalham nas melhores práticas”.

Nogueira Jr. lembrou também que a baixa demanda e os baixos preços das commodities, reflexo da crise econômica mundial, afetaram os investimentos do setor mineral, que se tornaram mais seletivos e exigem maior responsabilidade e esforço dos empreendedores. Apesar do cenário desfavorável, o setor manteve, em 2015, o nível de produção próximo aos resultados anteriores e foram publicadas no MME, através da Secretaria de Geologia e Transformação Mineral, 463 novas portarias e outorgas minerais e, no primeiro trimestre de 2016, já foi ultrapassada a marca de 200 portarias, “o que mostra que o setor não está parado. O Governo está atento às demandas e expectativas do setor mineral e que o processo participativo entre as partes envolvidas é essencial para o fortalecimento de políticas públicas eficazes e para o fortalecimento da atividade mineral”.

O secretário da SGM comunicou ainda aos presentes que está para ser lançado pelo Governo Federal e órgãos coligados, o Plano de Desenvolvimento, Sustentabilidade e Inovação do Setor de Mineração e Transformação Mineral, uma seleção de negócios baseada em pesquisa, desenvolvimento e inovação para suportar a cadeia de suprimento da indústria mineral por meio de editais. “O objetivo é fortalecer toda a cadeia a montante e a jusante da atividade mineral, criando capacidade intelectual”, explicou Nogueira Jr.

Fizeram parte ainda da mesa de abertura os senhores Horacídio Leal– Presidente Executivo da ABM (Associação Brasileira de Metalurgia, Mineração e Materiais); Marcos André Gonçalves – Presidente da Adimb (Associação para o Desenvolvimento da Indústria Mineral Brasileira); e Ricardo Moraes, superintendente regional do DNPM em São Paulo, representando o Diretor Geral interino Telton Corrêa. A cobertura completa da cerimônia de premiação será publicada na próxima edição da revista Brasil Mineral