ALUMÍNIO

Consumo cresce, mas produção recua

25/04/2019

 

Segundos números da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), o setor registrou consumo de 1,383 milhão de toneladas de alumínio em 2018, um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Dos setores que utilizam o metal, os maiores incrementos foram em embalagens, com 14%, transportes, com pouco mais de 12%, e o segmento da eletricidade, que atingiu 11%.
 
O presidente da ABAL, Milton Rego, afirma que o setor vem retomando seu dinamismo, mesmo diante da realidade brasileira do último ano. "Crescemos apesar da greve dos caminhoneiros, da economia ter patinado e do ambiente político-eleitoral à flor da pele", recorda.
 
A produção nacional de alumínio somou 659 mil toneladas em 2018, uma queda de mais de 17% na comparação com 2017 (801,7 mil toneladas). O resultado é explicado por duas razões: Operação pela metade da capacidade da maior fábrica de alumina do mundo, a Alunorte, em Barcarena (PA), desde o início de 2018, e às questões estruturais da economia brasileira. A principal delas é o impacto do preço da energia elétrica, uma vez que o processo de transformação da alumina em alumínio primário é eletro-intensivo. "Hoje, a energia elétrica adquirida responde por quase 70% do custo de produção do alumínio nacional. É um peso brutal, a conta simplesmente não fecha", diz Milton. 
 
Entre 2009 e 2015, cinco plantas de alumínio primário foram fechadas no Brasil. A ABAL segue em tratativas com a equipe econômica do Governo Bolsonaro, assim como fez em administrações anteriores, no sentido de encontrar uma solução para o problema. A entidade é signatária, ao lado de outras 14 organizações de classe, de um documento que propõe a modernização do setor de energia. "Essa é uma questão fundamental para a competitividade não só da cadeia produtiva do alumínio, mas para toda a indústria brasileira", explica Milton.
 
O crescimento do consumo de produtos de alumínio no mercado interno foi coberto pelas importações, sobretudo de origem chinesa. "A pressão das importações, combinada com a queda da nossa produção de alumínio primário, preocupa, pois além de reduzir o valor agregado, toda a cadeia perde competitividade”, conclui o presidente da ABAL.