URÂNIO

Aquilino Senra, do INB, defende monopólio brasileiro

23/12/2015

 

No dia 15 de dezembro a Subcomissão Permanente de Acompanhamento do Setor de Mineração, no Senado Federal, promoveu audiência pública para debater o monopólio da União na exploração de urânio no Brasil. Para o Presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Aquilino Senra, a segurança energética é um dos principais fatores para que seja mantido o monopólio, além do domínio tecnológico do ciclo do combustível nuclear conquistado pelo Brasil, à confiabilidade e agilidade no processo de fabricação do elemento combustível e o custo final do combustível nuclear brasileiro. “O custo do combustível nuclear produzido pelas Indústrias Nucleares do Brasil é um dos mais baixos do mundo; isto é assegurado pela estrutura que existe dentro da INB, uma estrutura integrada, que vai desde a mineração até a fabricação do combustível nuclear”, afirmou.

Senra destaca a importância do urânio para o Brasil, como, por exemplo, o desenvolvimento da tecnologia para o submarino com propulsão nuclear, projeto estratégico para o país. “Quando falamos de monopólio de urânio, o debate fica centralizado na questão da geração de energia elétrica, no entanto a decisão de manter ou não o monopólio afeta outros setores”. O executivo disse que há uma pressão de países centrais para que o Brasil não detenha essa tecnologia.

Outro projeto destacado por Senra é o do Reator Multipropósito Brasileiro, que visa garantir autonomia brasileira na produção de radiofármacos. “Este é um projeto importantíssimo que precisa de urânio a custo baixo e de maneira permanente, sem seu fornecimento estar sujeito aos humores de países centrais”. Atualmente, a legislação permite a participação da iniciativa privada na produção de urânio, limitada a 49%. “Em todos os países, a participação de empresas privadas na produção é minoritária, a questão é que a baixa demanda interna do Brasil, de 380 toneladas, não atrai o interesse econômico de produtores privados”, acrescentou.

O debate teve a participação de John Milne Albuquerque Forman, ex-diretor das Empresas Nucleares Brasileiras – Nuclebras, Gerson Hovingh Dornelles, chefe do Serviço de Controle do Comércio Mineral da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, e Ronaldo Fabrício, vice-presidente executivo da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares – ABDAN. A mesa foi presidida pelo senador Wilder Morais (PP-GO), presidente da Subcomissão Permanente de acompanhamento do setor de Mineração.