“Briquete verde” vai ajudar a reduzir emissões

10/09/2021
Desenvolvido ao longo de vinte anos, o produto é formado por minério de ferro e uma solução tecnológica de aglomerantes.

 

A Vale apresentou, dia de 9 de setembro, em reunião virtual com analistas de mercado, o “briquete verde”, produto desenvolvido pela mineradora que pode reduzir em até 10% a emissão de gases do efeito estufa (GEE) na produção de aço de seus clientes siderúrgicos. Desenvolvido ao longo de vinte anos, o produto é formado por minério de ferro e uma solução tecnológica de aglomerantes, que inclui em sua composição areia proveniente do tratamento de rejeitos de mineração. O “briquete verde” é capaz de resistir à temperatura elevada do alto-forno sem se desintegrar. 

O “briquete verde” será inicialmente produzido nas usinas 1 e 2 de pelotização, na Unidade Tubarão, em Vitória (ES), que estão sendo convertidas para tal finalidade. Posteriormente, o produto será produzido também no Complexo de Vargem Grande (MG), onde está sendo instalada uma nova planta. A capacidade inicial de produção é de aproximadamente sete milhões de toneladas por ano. O start up da operação das três plantas é previsto para 2023. O investimento nas plantas soma US$ 185 milhões e a estimativa é de que, no longo prazo, a companhia tenha capacidade para produzir acima de 50 milhões de toneladas por ano de “briquete verde”, o que levaria a um potencial de redução de emissão superior a seis milhões de toneladas de carbono equivalente por ano com uso da tecnologia. Como parte do plano de atendimento de sua meta de escopo 3, a Vale também está investindo na concentração magnética a seco de minérios de baixo teor – o Fines Dry Magnetic Separation (FDMS) - e em soluções sustentáveis de insumo rico para a produção de aço tanto em aciarias elétricas como em alto-forno de siderúrgicas integradas. 

O “briquete verde” está incluído na estratégia da Vale de reduzir em 15% as suas emissões de escopo 3, relativas à cadeia de valor, até 2035. Em números absolutos, o compromisso de redução soma 90 milhões de toneladas de carbono equivalente, volume igual às emissões de energia do Chile de 2018, ano-base usado na meta de escopo 3. Hoje, 98% das emissões totais da Vale são relativas à sua cadeia de fornecedores e clientes. “O ‘briquete verde’ faz parte da linha de evolução dos produtos de minério de ferro oferecidos pela Vale ao longo de sua história, resultado de investimentos expressivos em pesquisa e inovação. Até os anos 1960, nosso produto básico era o granulado de alto teor de ferro, o lump. Com a queda da oferta do lump, implantamos as primeiras usinas de pelotização no Brasil, que permitiram o aproveitamento do minério fino (pellet feed) e seguem sendo importantes para a cadeia siderúrgica. Agora, temos o ‘briquete verde’, que vai revolucionar o processo de produção do aço”, explica o vice-presidente executivo de Ferrosos, Marcello Spinelli.

A meta de redução de escopo 3 faz parte da estratégia da mineradora em zerar suas emissões líquidas de carbono diretas e indiretas (escopos 1 e 2) até 2050. Para isso, a empresa vai investir entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões para reduzir em 33% essas emissões até 2030. As emissões residuais serão neutralizadas por mecanismos de compensação. Todas as metas de redução de emissões da Vale estão alinhadas com a ambição do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global abaixo de 2º C até o fim do século.